O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) receberam com satisfação a notícia de que a 2ª Vara Federal Cível do Distrito Federal determinou, por enquanto por meio de uma liminar, reparação econômica vitalícia para Clarice Herzog, viúva do jornalista Vladimir Herzog, torturado e assassinado pelo Estado brasileiro em 25 de outubro de 1975.
Apesar de ainda não ser definitiva, cabendo recurso da União, essa decisão judicial é um importante passo na reparação dos crimes cometidos pelo Estado brasileiro durante a Ditadura Militar (1964-1985). Nossas entidades sindicais congratulam a família Herzog por essa importante conquista, após décadas de incessante luta por Justiça.
Quase 50 anos depois do assassinato de Vladimir Herzog por agentes do Exército, não houve investigação e responsabilização dos autores desse crime, nem das violências cometidas pelo regime militar contra milhares de vítimas (muitas delas, jornalistas) que, por razões políticas, foram submetidas ao sequestro, à detenção ilegal e a torturas. Como Herzog, centenas dessas pessoas foram assassinadas pelas mãos de agentes do Estado brasileiro. Muitas tiveram seus restos mortais ocultados e permanecem desaparecidas ainda hoje.
O SJSP, que exerceu ativo protagonismo na resistência coletiva dos jornalistas que se seguiu à execução de Herzog, seguirá cobrando justiça e prepara uma série de ações para rememorar o cinquentenário desse crime. Reivindicamos, igualmente, que o Estado brasileiro estenda tal tipo de reparação a todas as famílias de vítimas da Ditadura Militar que a pleitearem, bem como responsabilize e julgue os torturadores fardados e civis.
Lutamos contra os golpismos do passado e do presente e não aceitaremos a impunidade como prêmio para aqueles que ainda hoje causam tantos danos a nosso país.
São Paulo, 5 de fevereiro de 2025
SJSP
Fenaj