O empresário Antônio Carlos Freixo Junior, proprietário da “Entre Empreendimentos”, de uma Holding de instituições não-financeiras, da Global Payments no Brasil (uma das maiores empresa do mundo no ramo das maquininhas de cobrança), da Cactus Assessoria, além de outras participações empresariais – que juntas somam um capital social estimado na Receita Federal de cerca de 200 milhões de reais -, será o novo proprietário da área digital da Editora Três, que publica as revistas IstoÉ, IstoÉ Dinheiro, Dinheiro Rural, Motor Show, Planeta e outros títulos.
Mineiro da cidade de Pouso Alegre, Freixo começou a empreender ainda criança como vendedor de jornal em sua terra natal, passou pelo mercado financeiro, trabalhando em vários bancos, ganhou ainda mais notoriedade como o administrador que montou a operação de offshore do Banco Garantia nas Bahamas e, em fevereiro passado, estreou no mercado de adquirentes com a aquisição da operação da norte-americana Global Payments no Brasil, líder em tecnologia de pagamentos com mais de 26 bilhões de transações anualmente e 3,5 milhões de clientes em 38 países.
A compra da parte digital da Editora Três faz parte de um pacote de medidas do processo de recuperação judicial da empresa, em curso desde 2020. O valor do negócio no leilão com a Três foi de R$ 15 milhões, mais aportes anuais na compra de conteúdo da editora. O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo já solicitou uma reunião com a editora para tratar da situação dos quase 25 jornalistas de online que trabalham na empresa. “O cenário na editora ainda é turvo em relação aos trabalhadores. Não está evidente, no processo de venda da digital, se a nova empresa absorverá os jornalistas que já estão na empresa há anos”, diz Raphael Maia, coordenador jurídico do Sindicato.
Outro fato que tem movimentado e muito o plano de recuperação judicial da Editora Três é, que depois de três tentativas para venda do parque gráfico da Editora – dinheiro que vai acertar aproximadamente 600 débitos trabalhistas de ex-funcionários e atuais – não apareceu até o momento um único comprador para o imóvel, avaliado em R$40 milhões. “Teremos uma assembleia dos credores trabalhistas nos próximos dias para definir o que vamos fazer caso não apareça um comprador para o imóvel. O certo é que não vamos abrir mão do dinheiro referentes às centenas de processos. Os jornalistas exigem os pagamentos”, diz Thiago Tanji, presidente do Sindicato dos Jornalistas.
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