Secretaria de Política Para as Mulheres e SJSP debatem a linguagem e o estereótipo da mulher na mídia
No dia 29 de março, das 9h às 13h, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) será palco de um importante debate. O tema será a postura do profissional de comunicação na construção de estereótipos e preconceitos sobre a mulher na mídia.
A oficina “O espaço da mulher no jornalismo” faz parte da programação do Dia Internacional da Mulher da Secretaria de Política Para as Mulheres da Prefeitura Municipal de São Paulo e tem parceira do SJSP.
A oficina contará com as palestrantes Raquel Moreno, militante no gênero e fundadora do Observatório da Mulher e a professora e pesquisadora da Escola de Comunicação e Arte da Universidade de São Paulo (ECA /USP), Roseli Fígaro.
Segundo a secretária de Políticas Para as Mulheres da Prefeitura Municipal de São Paulo, Denise Motta Dau, o foco é construir uma abordagem inovadora, diferenciada do que a mídia usa atualmente, onde os jornalistas dependendo da postura da linguagem reforçam preconceitos e estereótipos.
“A proposta da oficina é conversar um pouco com os jornalistas capacitando-os para que quando fizerem suas matérias e seus textos se libertem destes estereótipos. Também analisaremos como a mídia vem tratando o papel e a imagem da mulher na sociedade”, contou Denise.
As inscrições já estão abertas e podem ser feitas pelo e-mail cursos@sjsp.org.br. A oficina gratuita ocorrerá na sede do SJSP – Rua Rego Freitas, 530 – sobreloja, no Auditório Vladmir Herzog.
As jornalistas são maioria na profissão. Esta tendência pode ser observada através de dados levantados pelo Departamento Jurídico do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP). Eles demonstram que a desigualdade de gênero também pode ser comprovada nas homologações realizadas pela entidade. Apesar das mulheres ainda ganharem menores salários, esta diferença diminui ano a ano.
Os números revelam que nos últimos dois anos as mulheres também foram as que mais perderam o emprego (ou pediram demissão). O balanço aponta que a demissão das jornalistas foi superior à masculina. Em 2012, foram 492 (58,2%) mulheres contra 354 homens (41,8%) demitidos. Já em 2013, foram 695 (56,5%) contra 535 (43,5%).
MÉDIA SALARIAL – Já na média salarial houve um avanço as mulheres diminuíram um pouco o fosso salarial neste período. Em 2012, os homens receberam
Os dados do SJSP comprovam o estudo realizado há dois anos por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em parceria com FENAJ. Existem hoje no Brasil cerca de 145 mil jornalistas com registro profissional, dos quais 64% são mulheres e 36% homens. As profissionais são majoritariamente brancas e têm idade entre 18 e 30 anos. A maioria exerce a profissão
“Sabemos que a maioria dos jornalistas brasileiros é composta por mulheres, mas, o acesso aos cargos de chefia, que tem uma remuneração superior ainda é muito restrito aos homens. É uma inversão de números, pois, as mulheres estão ganhando menos (cinco a dez mínimos)”, analisa o pesquisador Samuel Lima, da UnB/UFSC.
FUTURO – O professor aponta que a tendência é que as mulheres cheguem aos cargos de chefia e essa curva (64% contra 36%) passe a representar em termos de gênero o que é o universo feminino no jornalismo. “Mas, hoje, há uma política seletiva de acesso a esses cargos de maior remuneração, que ainda é masculina”, complementa.
Além do universo feminino, descobriu-se que os jovens dominam o mercado de trabalho. Os jornalistas de