O Unidade, órgão oficial do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) entrevistou Milton Neves que será palestrante do XXIV Encontro Estadual dos Assessores de Imprensa (EEJAI), evento programado para os dias 7 a 9 de junho, no Hotel Fazenda São João, na cidade de São Pedro, interior de São Paulo. O Encontro este ano tem como tema “A assessoria de imprensa no centro dos grandes acontecimentos”. Para se inscrever, veja ficha de inscrição no site. Leia o que ele falou sobre o evento:
Unidade – Você será palestrante do XXIV Encontro Estadual dos Assessores de Imprensa (EEJAI), que neste ano antecederá a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas, que acontecem no Brasil. Como jornalista, apresentador esportivo e também detentor de um blog, que conhece muito o mundo esportivo, qual as dicas que você pretende dar aos participantes do encontro?
Milton Neves – A primeira dica é que eles sejam muito, mas muito bons mesmo naquilo em que sou muito ruim: o completo domínio do inglês e do fantástico mundo dos computadores. Parece e é óbvio, mas muitos de nossos corretos assessores de imprensa ainda não tiveram a exigência no atendimento profissional de tanta gente e de empresas ligadas às competições esportivas internacionais que vêm aí. Uma coisa é a assessoria de nossos atletas em campeonatos nacionais e outra muito diferente será na Copa das Confederações, na Copa do Mundo e a Olimpíada. E que se aqui “dá-se” um jeito, nestes macro eventos, o profissionalismo irá imperar em 100%, condenando ao que “os de fora” já estão habituados.
Ronaldo, quando chegou ao Timão, e Seedorf, hoje no Rio, estranharam a bagunça envolvendo a relação atleta-jornalista-clube-dirigente-futebol
Unidade – Você considera importante a função de assessor de imprensa no mundo esportivo. Como é esta atividade nos clubes de futebol?
MN – Importante não, indispensável, absolutamente indispensável. Até pela exigência dos patrocinadores dos eventos que exporão seus produtos em feiras, congressos, entrevistas e palestras em que a disciplina será obedecida em 100%, como ocorre há anos nos EUA e Europa. E sem uma experiente assessoria de imprensa “vira tumulto”.
Unidade – Como você está analisando a preparação dos profissionais de imprensa que farão a cobertura da Copa do Mundo no Brasil. O país está preparado para receber tão grandioso evento?
MN – Tenho sentido um imenso avanço e confesso que, com a profissionalização do segmento, o meu Terceiro Tempo de rádio e TV foi “prejudicado” na medida em que, antigamente, repórteres entrevistavam jogadores nos vestiários até quando eles estavam nus, no banho. E entravam até as repórteres.
Hoje, não, existem as coletivas. Chatos para o ouvinte, corretos para a relação futebol-imprensa e extremamente importantes para a exposição das marcas dos “sponsors”. Aí há um mérito de nossas assessorias de imprensa que hoje já têm seus lugares também no mundo corporativo e não apenas em meu mundo, o esportivo.
Unidade – As Olimpíadas também acontecerão no Brasil em 2016. Como você avalia este acontecimento no Brasil (nunca houve nenhuma antes em solo brasileiro). Como os profissionais de imprensa e os jornalistas devem se preparar para este evento? Que conselhos você dá aos profissionais que farão a cobertura?
MN – A Olimpíada e a Copa serão grande teste não apenas para nossos atletas e imprensa, mas também grande oportunidade de congraçamento e aprendizado com milhares de assessores que para aqui virão. E o conselho básico: domínio total do inglês – pelo menos – o computador e o conhecimento esportivo. Aliás, coincidentemente, temos já centenas de casos de jornalistas que se tornaram assessores de imprensa.
E, isso, no início, não foi bem visto, mas hoje sentiu-se e aprovou-se que a coexistência dos dois segmentos é inexorável e indispensável para os dois lados. Cada qual ganha com a atividade do outro. E hoje o “Assessor de Imprensa”, também nas grandes empresas, virou um executivo nobre.
E até lá no evento, pessoal!
Foto: André Freire
