O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo e a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) se solidarizam ao repórter Leonardo Martins, da Jovem Pan, que foi hostilizado por manifestantes enquanto registrava ato em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, na tarde deste domingo, na Av. Paulista, em São Paulo. Ele e o cinegrafista Guilherme Cassiano foram obrigados a sair do local antes de terminar a cobertura, por conta da agressividade de parte dos manifestantes. As entidades denunciam mais esse ataque à liberdade de imprensa e ao exercício do jornalismo, estimulado por discursos de autoridades de Estado, como o próprio presidente da República, Jair Bolsonaro.
O repórter fez algumas entradas ao vivo durante o ato, e em ao menos quatro vezes manifestantes tentaram cercear seu trabalho, gritando enquanto ele estava no ar, ou querendo saber para qual veículo o jornalista trabalhava.
Mais tarde, Leonardo registrava uma discussão entre uma motorista e os manifestantes, e novamente foi hostilizado. “Uma mulher passou xingando os manifestantes. Um deles foi até o carro e o chutou. Filmei a ação e o agressor veio pra cima de mim, tentando derrubar meu celular e me peitando. Voltaremos à redação. Impossível trabalhar”, disse o repórter, no twitter.
A Comissão Aberta de Combate à Violência contra Jornalistas, ligada ao SJSP, entrou em contato com Leonardo, manifestou solidariedade ao colega e se colocou à disposição para qualquer apoio que seja necessário.
O SJSP e a FENAJ repudiam mais esse episódio de violência, estimulado por um discurso anti-jornalismo de altas autoridades, em especial o presidente da República, Jair Bolsonaro, que é o maior responsável pelos ataques à liberdade de imprensa no País. Segundo levantamento da FENAJ, de janeiro a abril o presidente fez 179 agressões à imprensa, por meio de entrevistas e postagens mas mídias sociais, contribuindo para o cenário hostil a jornalistas no exercício de seu trabalho.