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DOSSIÊ GENOCÍDIO EM GAZA - Edição de 22 e 23 de agosto

Mais dois jornalistas assassinados por Israel, totalizando 124 segundo a FIJ; vítimas fatais em Gaza já superam 40 mil palestinos(as), e 70% são mulheres e crianças

Redação - SJSP

O genocídio cometido por Israel prossegue na Faixa de Gaza. Mais de 40 mil palestinos (cerca de 2% da população total), dos quais quase 70% são mulheres e crianças, foram assassinados(as) pelas Forças de Defesa de Israel (FDI) desde outubro de 2023, segundo o Ministério da Saúde de Gaza. São quase 93 mil pessoas feridas.

Israel continua bombardeando escolas e matando dezenas de civis palestinos diariamente, em diferentes pontos da Faixa. Na manhã de 10 de agosto, por exemplo, um ataque aéreo israelense ao colégio al-Taba’een cem mortos, sobretudo mulheres e crianças. O ataque se deu “em um momento deliberado, a fim de causar o máximo de baixas”, reportou o Monitor do Oriente Médio, baseando-se em investigação realizada pela Al-Jazeera.

Entre as vítimas fatais de Israel nos últimos dias encontram-se mais dois jornalistas palestinos: Ibrahim Muhareb, de 23 anos, assassinado por um tanque das IDF em 18/8, e Hamza Abdul Rahman Murtaja, assassinado por ataque aéreo a uma escola em 20/8 (mais detalhes nas matérias indicadas a seguir).

Neste período as FDI e colonos israelenses também assassinaram dezenas de palestinos na Cisjordânia, além de darem prosseguimento à anexação ilegal de terras palestinas e à criação de assentamentos ilegais e “postos avançados”. No dia 15 de agosto, um palestino foi assassinado e quatro ficaram feridos depois de atacados por uma centena de colonos judeus mascarados na vila de Jit, na Cisjordânia, no que foi descrito como um massacre. Quatro casas e seis carros foram incendiados, disse o grupo de direitos humanos israelense Yesh Din. Uma bomba incendiária foi lançada contra uma casa enquanto a família estava no seu interior.

Enquanto isso, as negociações entre Israel e Hamas, mediadas por vários países, com a finalidade de se chegar a um cessar-fogo ou ao fim do genocídio, com troca de reféns e prisioneiros entre as partes, parecem ter chegado à beira de um “colapso”, segundo relato do jornal israelense Haaretz. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu está “mais uma vez sabotando as negociações” para um acordo de libertação de reféns e cessar-fogo com o Hamas. Um alto funcionário do governo egípcio com conhecimento direto das negociações disse à Associated Press (AP) que “os americanos estão oferecendo promessas, não garantias”.

A proposta dos EUA não diz claramente que Israel retirará suas forças de dois corredores estratégicos em Gaza: a rota Filadélfia, que corre ao longo da fronteira Egito-Gaza, e o corredor Netzarim, que corta de leste a oeste através da Faixa. Israel se ofereceu para reduzir a presença militar na rota Filadélfia, com “promessas” de se retirar da área. “Isso não é aceitável para nós e, claro, para o Hamas”, concluiu.

Cinco comunidades israelenses situadas na fronteira de Gaza — Nir Oz, Be’eri, Nahal Oz, Kfar Azza e Yad Mordechai — anunciaram que se juntarão ao boicote do Kibutz Nirim e não participarão da cerimônia memorial do estado organizada pelo governo Netanyahu para relembrar o ataque do Hamas de 7 de outubro. O Fórum de Familiares de Reféns e Desaparecidos também disse que não participará da cerimônia.

  • Ibrahim Muhareb, jornalista assassinado por Israel em 18/8 (foto: Fepal)
  • Hamza Abdul Rahman Murtaja, jornalista assassinado por Israel em 20/8 (foto: Centro de Informação Palestino)

“O objetivo da guerra de Netanyahu não é o retorno dos reféns. É a ocupação de Gaza”. Revelador artigo publicado no jornal israelense Haaretz e disponível aqui

“Famílias de reféns israelenses e kibutzim perto de Gaza boicotam vigília estatal de 7 de outubro”. Confira no Haaretz

“Ataque de Israel a escola buscou ‘causar máximo de baixas’, confirmam evidências”. Reportagem do Monitor do Oriente Médio, disponível aqui. Confira também o comentário da relatora especial da ONU, Francesca Albanese, em seu perfil no Instagram.

Comitiva da ONU entra no norte de Gaza e constata cenário de devastação e horror. Confira o vídeo aqui

“Pelo menos 124 jornalistas e trabalhadores de mídia assassinados em Gaza”. Matéria da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) atualizada até 20 de agosto, disponível aqui

“Jornalistas vitimados na guerra Israel-Gaza”. Neste texto publicado em 22 de agosto, o Comitê para Proteção de Jornalistas (CPJ), sediado em Nova York, estima em pelo menos 115 o número de jornalistas e trabalhadores da mídia mortos desde 7 de outubro de 2023, incluindo nesta cifra 110 profissionais palestinos, dois de Israel e três do Líbano. Leia aqui

“O tanque abriu fogo diretamente contra nós”. Ibrahim Muhareb é o mais recente jornalista a ser morto por tentar fazer o seu trabalho em Gaza, enquanto a jornalista Salma al-Qaddoumi feriu as costas durante a fuga. Um vídeo filmado pelo fotojornalista Ezzedine Muasher mostra um tanque se aproximando no final de uma rua em frente ao grupo. O tanque abriu então fogo, enquanto Muasher e um grupo de colegas jornalistas – todos vestindo coletes com a palavra “IMPRENSA” – começaram a correr para se proteger. “Condenamos os repetidos ataques contra jornalistas por parte do exército israelita. A comunidade internacional deve exercer pressão sobre Israel para que pare esta carnificina. Acabar com a impunidade destes crimes também é essencial”, diz a organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF). “A RSF apresentará uma nova queixa ao Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra contra jornalistas”. Confira também matéria no Palestine Chronicle

Ataque aéreo israelense mata jornalista Hamza Murtaja e outros 12 civis em escola de Gaza. Mais 11 pessoas morreram na ocasião, todas dentro de uma escola. Leiaas matérias da PressTV e da agência New Arab

Confira aqui o ataque mortal de colonos judeus na Cisjordânia, captado por uma câmera de vigilância. Disponível no perfil da TRT World no Instagram

“Investigação do Haaretz: Exército israelense usa civis palestinos para inspecionar túneis potencialmente cheios de armadilhas em Gaza”. Reportagem revela que moradores de Gaza são detidos e enviados como escudos humanos para revistar túneis e casas antes que soldados das FDI entrem nesses locais, com pleno conhecimento de militares de alto escalão.

“Israel, estado estuprador”. Artigo de Irene Zugasti no site Rebelión (CTXT). O vídeo da violação de um prisioneiro na base israelense de Sde Teiman é um testemunho explícito da violência sexual contra os homens como arma de guerra, mas acima de tudo retrata a máquina de guerra colonial de Israel.

“Um poeta, um campeão de caratê, um artista famoso: as histórias de vida de 40 dos 40.000 mortos em Gaza”. Tocante reportagem do jornal Haaretz disponível aqui

“Uma criança me disse: ‘Todo mundo que eu amo está no céu agora. Eu gostaria de ter morrido também’”. Impressionante e devastador depoimento da pediatra Tanya Haj-Hassan, da organização Médicos sem Fronteiras, sobre o que viu em Gaza. Disponível no perfil da Fepal no Instagram

Destruição de edifício residencial em ataque israelense. Vídeos da TRT World mostram o momento em que o prédio sofre o impacto de mísseis ou bombas em Nuseirat

O mural “Palestina livre”. Belo artigo de Laymert Garcia dos Santos no site A Terra é Redonda

Polícia de Berlim continua a agredir manifestantes pró Palestina. Disponível aqui

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