No próximo sábado, dia 9 de novembro de 2024, o 1º Encontro Nacional de Mulheres Jornalistas da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) reunirá, em São Paulo e pela plataforma Zoom, centenas de profissionais para debater temas urgentes e ainda muito atuais: a igualdade de gênero, a precarização do trabalho e a violência que as jornalistas enfrentam no Brasil. O evento híbrido será de 8h30 às 18h, contando com três paineis e uma reunião da Comissão Nacional de Mulheres da FENAJ.
Dados do livro “O Trabalho de Jornalista no Brasil” servem como pano de fundo para o evento, trazendo uma análise sobre a queda de 5,9% na presença feminina no setor entre 2012 e 2021, um movimento que contrasta com o crescimento de 5,6% na presença masculina. Além disso, pesquisas da Federação Internacional dos Jornalistas (FIJ) tambpem serão apresentadas.
Embora o jornalismo brasileiro ainda seja majoritariamente feminino, as profissionais do setor enfrentam desafios estruturais que, ao longo dos anos, têm afastado as mulheres da profissão. Em média, as jornalistas recebem salários menores que os dos homens e trabalham em jornadas mais intensas, o que contribui para um desgaste profissional e pessoal. A jornada dupla – no trabalho e em casa – e as pressões inerentes à profissão fazem com que muitas profissionais se afastem, em busca de setores menos hostis.
O evento, promovido pela FENAJ com apoio da FIJ e da Union to Union (UTU), pretende tratar essas questões e sensibilizar entidades e empresas de mídia a desenvolver práticas que assegurem igualdade salarial e melhor distribuição de carga de trabalho, além de proteção contra os riscos da profissão. “Precisamos garantir que as jornalistas tenham dignidade e respeito, não só no salário, mas na qualidade de vida no trabalho e na segurança”, afirma Samira de Castro, presidenta da FENAJ.
O 1º Encontro Nacional de Mulheres Jornalistas contará com a participação da vice-presidente da FIJ, a jornalista peruana Zuliana Lainez. A atividade promete marcar um importante passo na trajetória da FENAJ em defesa da categoria e na busca por mais justiça e equidade no setor. “Nossa luta é pela dignidade, segurança e reconhecimento das jornalistas brasileiras”, conclui Castro.
As vagas para a participação presencial já estão esgotadas. Mas ainda há possibildade de acompanhar a atividade de maneira remota. Os valores de inscrição são de R$ 40,00 para estudantes e jornalistas sindicalizadas, e R$ 80,00 para jornalistas não sindicalizadas e demais profissionais. Todos os participantes receberão um certificado digital ao final do evento.
Confira a programação completa:
SÁBADO – DIA 9 DE NOVEMBRO DE 2024
Das 8h30 às 9h – Abertura (saudações)
Das 9h às 10h30 – Painel 1 – Ser mulher jornalista no Brasil e na América Latina: o que dizem as pesquisas
Palestrantes: Zuliana Lainez (FIJ) – “Situação das mulheres trabalhadoras da imprensa na América Latina e Caribe – 2023”
Samira de Castro (FENAJ) -“Emprego formal dos Jornalistas no Brasil – 2023”
Letícia Fagundes (Instituto Mulheres Jornalistas) – Online
Mediação: Valdice Gomes (FENAJ)
Das 10h30 às 12h – Painel 2 – Violência de gênero no exercício do Jornalismo
Palestrantes: Kátia Brembatti (Abraji) – Monitor de Violência de Gênero da Abraji
Charlene Nagae (Instituto Tornavoz) – Assédio Judicial contra Jornalistas
Schirlei Alves (Sindicato dos Jornalistas de SC) – Caso assédio judicial e condenação penal
Mediação: Helena Sária (FENAJ)
Das 12h às 13h30 – Almoço livre
Das 13h30 às 15h – Painel 3 – Por um Jornalismo com perspectiva de gênero, raça e classe
Palestrantes: Bárbara Libório (Diretora de conteúdo AzMina)
Luciana Barreto (Autora do livro Discursos de ódio contra negros nas redes sociais)
Ariene Susui (co-fundadora da Rede de comunicadores indígenas de Roraima Wakywaa) – Online
Martihene Oliveira (Coletivo Sargento Perifa – PE) – Online
Mediação: Bianca Santana
Das 15h às 15h15 – Coffee break
Das 15h15 às 17h30 – Reunião da Comissão Nacional de Mulheres Jornalistas da FENAJ
18h – Encerramento