Nas assembleias realizadas nesta quarta-feira (dia 9), no auditório Vladimir Herzog da Sede e nas Regionais, os jornalistas de Jornais, Revistas e Assessoria de Imprensa da Capital, Interior e Litoral decidiram ampliar os índices de reinvindicações nas cláusulas econômicas, além de lutar pelo vale-refeição de R$ 20,00 e a licença-maternidade de seis meses. Estes itens serão apresentados aos patrões nas mesas de negociação. A data-base da categoria é 1º de junho.
A pauta de reivindicação fechada nas assembleias prevê a reposição salarial de 8,5%, índice constituído pelo INPC (estimado em 4,83%) mais 3,5% de aumento real. Também se incluirá nas negociações um item específico para os profissionais de imagem (repórteres fotográficos e cinematográficos), que utilizem equipamentos com mais de 3 Kg, o que vem causando problemas de saúde aos profissionais. A proposta é que eles tenham direito a um adicional especial de 50% nos salários, baseado em projeto semelhante do deputado Marco Maia (PT/RS), que tramita no Congresso Nacional.
Os jornalistas também levarão para negociar com os patrões uma das principais bandeiras históricas da categoria que é a unificação do piso salarial para todos os profissionais de Jornais, Revistas e Assessoria de Imprensa da Capital, Interior e Litoral, que será fixada em R$ 4 mil para uma jornada de 7 horas diárias (R$ 2.500,00 para 5 horas). Os jornalistas também lutarão por uma cláusula que prevê o Direito de Consciência (recusa de fazer reportagem que viole seus princípios éticos ou que ameaçe sua segurança) e a que quer o cumprimento da Convenção 158 da OIT, que impede demissões imotivadas.
Segundo o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, José Augusto Camargo (Guto), os empresários de comunicação têm todas as condições de efetuar um aumento real nos salários dos jornalistas de todo o Estado, já que as empresas apresentam resultados bastante expressivos, que podem ser repassados para os trabalhadores.
“O segmento de jornais teve crescimento médio de 3,83% e de revistas 3,48% em 2011, que representaram um faturamento total, respectivamente, de R$ 3,4 bilhões e de R$ 2 bilhões, maior do que o registrado em 2010. Isso significa que não existem motivos para que os jornalistas, que foram os responsáveis diretos por esta lucratividade com o seu trabalho, não sejam beneficiados com salários melhores e mais dignos”, disse Guto.
