Mais de quatro meses depois da data-base da categoria, que é em 1º de junho, os jornalistas da Capital paulista aprovaram, em plebiscito com a participação de 512 trabalhadores de 10 empresas (veja a tabela abaixo), a proposta patronal para a correção dos salários neste ano: 5,5% de correção no piso salarial, elevando seu valor para a jornada de cinco horas diárias para R$ 2.190,18 (com 0,61% de aumento real) e R$ 3.504,29 para sete horas, 5,36% de correção para os salários acima do piso até R$ 11.260,00 (com 0,5% de aumento real), e aumento real escalonado acima deste valor, com o salário sendo corrigido em 5,36% em sua parcela até R$ 11.260,00, e, acima disso, em 4,86% (o índice do inflação do período).
Demorou todo este tempo para os patrões formularem uma proposta com algum ganho real significativo, e isso só ocorreu depois de uma posição clara da categoria que, com a participação de 662 jornalistas em plebiscito no início de agosto, rejeitou por 93% uma proposta prevendo reajuste apenas pelo INPC do período (4,86%). Entre os dois plebiscitos, os patrões chegaram a formular uma proposta de 5% de reajuste nos salários (com 0,13% de aumento real), que, a partir de novas negociações, evoluiu até a proposta finalmente aceita.
Com o novo acordo, os jornalistas da capital fecham acordos com 0,5% de aumento real pelo terceiro ano consecutivo, acumulando 1,5% acima da inflação.
O acordo fica bem aquém de nossa reivindicação de 3% de aumento real. Temos a plena consciência de que as empresas estão crescendo e obtendo bons resultados econômicos nos últimos anos, e poderiam conceder sem problemas o reajuste pedido. Isso ficou expresso nos votos de cerca de 20% dos jornalistas, que rejeitaram a proposta, querendo ir além. Sabemos, também, que é preciso ampliar a sindicalização da categoria e sua organização nos locais de trabalho, para que, no futuro, possamos ampliar nossa pressão coletiva sobre as empresas jornalísticas, reforçando a defesa de nossos interesses.
Com o resultado do plebiscito em mãos, a direção do Sindicato dos Jornalistas informou o Sindicato das Empresas de que aceita a proposta, para que acertemos os últimos detalhes pendentes e fechemos a Convenção Coletiva nos próximos dias. Com isso, os salários de outubro devem vir corrigidos, com o pagamento no início de novembro, incluindo as diferenças de salário retroativas a 1º de junho. Isso abrange as diferenças relativas ao reajuste nos meses de junho, julho, agosto e setembro e sobre eventuais férias tiradas neste período.
Qualquer dúvida, o jornalista deve entrar em contato com diretores ou com o Departamento Jurídico do Sindicato.
RESULTADO DO PLEBISCITO
|
Não |
Sim |
Total |
Brasil Econômico |
9 |
25 |
34 |
Diário do Comércio |
10 |
23 |
33 |
Editora Abril |
28 |
139 |
167 |
Editora Globo |
6 |
44 |
50 |
Editora Três |
9 |
38 |
47 |
Estado de S. Paulo |
4 |
23 |
27 |
Folha de S.Paulo |
5 |
12 |
17 |
O Globo (sucursal) |
1 |
20 |
21 |
Imprensa Oficial |
1 |
30 |
31 |
Valor Econômico |
30 |
55 |
85 |
TOTAL |
103 |
409 |
512 |
|
20% |
80% |
100% |