A greve dos jornalistas e radialistas da EBC completou 18 dias nesta segunda-feira (13). A paralisação foi iniciada dia 26 de novembro, depois que a direção da empresa suspendeu o Acordo Coletivo de Trabalho, que vinha sendo renovado mês a mês. Entre os direitos cortados estão o auxílio para funcionários com deficiência e estabilidade para gestantes após a gravidez. Segundo a Comissão de Empregados da EBC e os sindicatos que atuam na negociação, a adesão à greve é de cerca de 70%.
Nas negociações com as entidades sindicais, que se arrastam há mais de um ano, a empresa quer impor um banco de horas e se recusa a reajustar os salários pela inflação. A empresa também não concedeu a progressão de carreira aos trabalhadores, com a justificativa de que não pode aumentar os gastos, enquanto comprou novela bíblica da Record, contratou novos apresentadores e outros funcionários comissionados.
Com a greve, a direção da EBC entrou com pedido de dissídio no Tribunal Superior do Trabalho, mas o caso ainda não foi julgado. O próprio TST já conhece a intransigência dos gestores da empresa: em junho deste ano, o tribunal arquivou o processo de mediação, após a EBC não ter respondido sobre a proposta construída pelo vice-presidente do tribunal.
As entidades sindicais se colocam desde já à disposição do TST para conseguir um acordo digno para os trabalhadores e superar a intransigência da empresa, que procura deslegitimar os espaços de representação dos funcionários. A direção já tentou intimidar os piquetes na frente da empresa em Brasília, chamando a polícia para abordar os trabalhadores, e tentou interferir nas assembleias convocadas pelos sindicatos.