Após mais ataques proferidos por apoiadores de Jair Bolsonaro contra jornalistas na porta do Palácio da Alvorada, na noite de segunda-feira, 25 de maio, diversas empresas de jornalismo anunciaram a suspensão da cobertura jornalística no local, por falta de segurança para os profissionais.
A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) reivindicou, em janeiro, às entidades representativas das empresa de comunicação providências para a proteção dos Jornalistas, incluindo a suspensão da cobertura na porta do Alvorada.
O Sindicato da categoria no Distrito Federal (SJPDF) também buscou diálogo com as empresas e, principalmente, mobilização da categoria contra os ataques desferidos pelo próprio presidente Jair Bolsonaro e por seus apoiadores.
Os profissionais jornalistas continuaram fazendo o seu trabalho, num ambiente inadequado para a realização de entrevista coletivas em razão da relevância do cargo de presidente. Mas na porta do Alvorada o que se passa é uma orquestração do governo para o presidente atacar a imprensa e os jornalistas, sob os aplausos da claque organizada.
Após o anúncio das empresas de comunicação, o Gabinete de Segurança Institucional divulgou nota, afirmando que medidas de segurança sempre foram observadas pelo governo.
Em entrevista à Rádio CBN, a presidenta da FENAJ, Maria José Braga, disse que, desde a implementação das falas do presidente na porta do Alvorada, as medidas implantadas pelo Gabinete de Segurança Institucional foram e continuam sendo insuficientes.
“Assim como a Presidência da República, o Gabinete de Segurança Institucional não enxerga problema no que ocorre ali. A única saída para os profissionais da imprensa é não se submeterem àquela situação de constrangimento e de risco real. As medidas mantêm a claque de apoiadores ao lado dos profissionais”, disse.
A Federação Nacional dos Jornalistas reitera a denúncia das agressões a que os jornalistas estão submetidos, de maneira mais incisiva em Brasília, mas também em outras regiões do país, desferidas por apoiadores do presidente Bolsonaro e incentivadas por palavras e atitudes dele contra a imprensa; se solidariza com os profissionais submetidos a reiteradas agressões e insiste, junto aos sindicatos, nas negociações com as empresas para que elas se responsabilizem pelas condições de trabalho e segurança de seus trabalhadores, como a reação que ocorreu nesta terça, a partir da decisão de temporariamente não enviar seus profissionais para o Alvorada, por motivo de falta de segurança.