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DOSSIÊ GENOCÍDIO EM GAZA – Edição de 1º de Maio

Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo

O genocídio em Gaza chega ao seu 208° dia neste 1° de Maio, com números que não param de crescer: de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, desde outubro de 2023 mais de 34.500 palestinos e palestinas foram assassinados e mais de 77.700 sofreram ferimentos. Apesar das advertências da Corte de Haia, Israel continua cometendo os mais bárbaros crimes de guerra.

Neste sentido, a notícia mais impactante e trágica do período recente foi a descoberta de valas comuns repletas de cadáveres nas proximidades de dois dos mais importantes hospitais palestinos, Nasser e al-Shifa, que foram invadidos e ocupados por tropas de Israel semanas atrás, e depois desocupados. Foram desenterrados corpos de cerca de 200 pessoas, incluindo trabalhadores de saúde e crianças, com evidências de que foram todas executadas com as mãos amarradas.

Crescem as chances de um acordo de troca de reféns e cessar-fogo temporário entre Israel e o grupo Hamas, mediado por Egito, Qatar e outros países. No entanto, o “gabinete de guerra” de Israel aparenta estar dividido em relação ao acordo, e continua a acenar com a possível invasão da superpovoada cidade de Rafah, a pretexto de eliminar “batalhões do Hamas”. Milhares de israelenses saíram às ruas de Tel Aviv, em 29 de abril, para exigir um acordo de libertação de reféns.

Apesar das pressões internacionais que partem até de aliados e cúmplices, a começar pelos EUA, o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que as  forças armadas de Israel entrarão em Rafah “com ou sem acordo”. O ministro das Relações Exteriores da França, Stephane Sejourne, disse a Netanyahu que uma invasão de Rafah é “má ideia” e que “há muitas incertezas sobre as questões humanitárias”.

Nos EUA, uma onda de protestos estudantis contra o genocídio e em defesa da Palestina envolve cerca de 50 universidades de diversos Estados. A Universidade de Columbia, em Nova Iorque, começou a aplicar punições aos manifestantes estudantis, que ocuparam o Hamilton Hall, conhecido prédio da instituição em Manhattan. Na noite de 30 de abril, a Polícia novaiorquina montou uma grande operação de cerco e invadiu o edifício ocupado para retirar os estudantes, a pedido da Reitoria. Dezenas de estudantes foram presos.


Defesa Civil de Gaza apresenta evidências de assassinatos em valas comuns cometidos pelas forças israelenses em dois hospitais na Faixa de Gaza. Crianças foram encontradas nas sepulturas, junto com corpos com as mãos amarradas.

Corte de Haia deve emitir mandados de prisão contra Benjamin Netanyahu, Yoav Gallant e o principal general israelense, por crimes de guerra em Gaza. Espera-se que o procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional tome tais medidas no decorrer desta semana contra o primeiro-ministro e o ministro da Defesa de Israel, e contra o chefe das IDF, Herzl Halevi. A matéria é do jornal israelense Haaretz

No dia 27 de abril, Israel bombardeou um depósito de alimentos na cidade de Rafah. Tratava-se de doações destinadas a saciar os famintos, crianças principalmente. O fato foi denunciado no Instagram pela conhecida jornalista Hildegard Angel, que teve o irmão Stuart e a mãe, a conhecida estilista Zuzu Angel, assassinados pela Ditadura Militar (1964-1985). Confira aqui.

“Ele era velho, surdo e levantou as mãos. ‘Nós o eliminamos’ (aplausos)”. Jovens soldados israelenses comemoram o assassinato de um civil palestino idoso, desarmado e indefeso. Disponível no X.

Polícia dos EUA continua fazendo prisões em massa de estudantes pró-Palestina e até de candidata presidencial. A “grande democracia” deixa claro que defende o genocídio com unhas e dentes. No sábado, 27 de abril, a candidata do Partido Verde, Jill Stein, de 73 anos, foi presa pela polícia na Universidade de Saint Louis, no Missouri. Na ocasião foram presas 100 pessoas. Os estudantes universitários ocuparam cerca de 50 campi dos EUA (confira aqui as manifestações em Harvard). Em Yale foram presos 47 estudantes. A repressão policial tem sido truculenta, como você pode conferir neste exemplo.

Prisões de estudantes em acampamento pró Palestina na Universidade do Sul da Califórnia (USC). Confira neste vídeo divulgado no Instagram.

Universidade Estadual de Portland interrompe doações vinculadas a Israel, em meio a protestos estudantis pró-Palestina. A presidente da Portland State University (PSU), Ann Cudd, anunciou por meio de uma carta aberta que a instituição “fará uma pausa” na aceitação de doações da gigante aeroespacial Boeing Company, em resposta às reivindicações de estudantes pró-palestinos, que montaram um acampamento no campus da PSU, semelhante àqueles que surgiram em inúmeras universidades dos EUA. Matéria do Haaretz que pode ser lida aqui

Estudantes ocupam a célebre Universidade Science Po, em Paris, em protesto contra o genocídio. Disponível no Instagram.

Polícia alemã reprime violentamente manifestantes que denunciam o genocídio em Gaza.
Confira aqui.

Os milhares de prisioneiros palestinos que Israel tortura e mantém até depois de mortos. Reportagem da Al Jazeera.

Prisão política da professora Nadera Shalhoub-Kevorkian, da Universidade Hebraica de Jerusalém, no dia 18 de abril, sinaliza  endurecimento do regime sionista. Recomendamos ler a reportagem do jornal britânico The Guardian de 26 de abril e também assistir ao vídeo divulgado por democracynow!

Renomado historiador israelense, autor de livros como Dez Mitos sobre Israel e A Limpeza Étnica da Palestina, Illan Pappe desafia as percepções comuns da história de Gaza. Ele afirma que antes de 1948 Gaza não era conhecida como uma “faixa”, mas era na verdade uma cidade cosmopolita com uma cultura rica e diversificada e a coexistência de muçulmanos, cristãos e judeus. Neste vídeo que circula online desde janeiro de 2024, Pappe sublinha que o termo “Faixa de Gaza” é uma invenção de Israel e surgiu após a Nakba (1948), remodelando a identidade e a geografia de Gaza.

Manifestantes pró-Palestina cobram uma atitude digna de jornalistas que se dirigem à Casa Branca, em Washington, para participar, em 28 de abril, do tradicional jantar dos correspondentes estrangeiros com o presidente dos EUA, como se um genocídio não estivesse em andamento com a cumplicidade norte-americana

São Bernardo do Campo promoveu, em 27 de abril, ato contra o genocídio. Detalhes disponíveis aqui.

Assista ao debate online “Graves violações de direitos humanos em Gaza e responsabilidades multilaterais”, organizado pela Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), que se realizará no dia 6 de maio, às 14h, com a participação de Ethel Kosminsky (Unesp), Salem Nasser (FGV-SP), Marcus Cardoso (Unifap) e Jacqueline Teixeira (UnB).

“Indústria de espionagem de Israel é uma ameaça à democracia”. Artigo de Maknoon Wani publicado em 27 de abril no site do Instituto Humanitas Unisinos, confira aqui

A parlamentar irlandesa Claire Daly, em mais um discurso cortante no Parlamento Europeu, atacou a hipocrisia da União Europeia (UE) em relação ao genocídio em curso na Palestina. “Lágrimas de crocodilo”, disse ela em resposta ao discurso de Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.
“Ao longo de 200 dias de cumplicidade, a UE agitou a bandeira de Israel e aumentou dez vezes as exportações de armas. Então poupe-nos das lágrimas de crocodilo agora. Isto não poderia ter acontecido sem a cumplicidade da UE. Continua agora por causa disso. ‘Valores europeus’? Os mesmos de sempre: assassinato e colonialismo”.

ATUALIZAÇÕES de 2 e 3 de maio

Confira as imagens do violentíssimo ataque da polícia ao acampamento dos estudantes na Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA). “O repórter da CalMatters, Sergio Olmos, capturou os momentos em que a polícia atacou e desmantelou o acampamento pró-Palestina na UCLA, na madrugada desta quinta-feira” (2/5), relatou no Instagram o site Middle East Eye. A polícia disparou balas de borracha contra os estudantes. O portal G1 também destacou a ação contra os manifestantes da UCLA, confira aqui.

Gustavo Petro, presidente da Colômbia, anuncia rompimento de relações com Israel durante as comemorações do 1o de Maio. Assista ao seu discurso no YouTube.

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