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Deputados jornalistas cassados pela ditadura são homenageados

Deputados jornalistas cassados pela ditadura são homenageados


 

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A Câmara dos Deputados realizou no final de 2012, em Brasília, uma homenagem aos 173 Deputados Federais cassados pelo regime militar de 1964, devolvendo, simbolicamente, em sessão solene, os mandatos populares cassados. Entre os homenageados estão dois jornalistas, já falecidos:  Ewaldo de Almeida Pinto e Israel Dias Novaes, que foram associados ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP). A Câmara entregou a cada deputado ou aos parentes dos já falecidos um diploma e o broche oficial que serve de identificação dos deputados. 

Na mesma data, foi inaugurada a instalação da exposição “Democracia Interrompida”, com acervos iconográficos do Arquivo Nacional (RJ), Memórias da Resistência (SP) e do Centro de Documentação e Informação (Cedi) da Câmara, além de painel alusivo ao período da ditadura e da resistência democrática, obra confeccionada pelo artista plástico Elifas Andreato, o mesmo que criou o troféu símbolo do Prêmio Vladimir Herzog.

Conheça a biografia dos jornalistas/deputados cassados pela ditadura militar

Ewaldo de Almeida Pinto  (sindicalizado em julho de 1960)  

Natural de São Manoel, interior paulista, em 18 de fevereiro de 1922 e faleceu em 11 de setembro de 2006. Seu corpo foi sepultado no mausoléu dos Jornalistas, em São Paulo. Filho do administrador de fazendas Alipio de Almeida Pinto e da professora Maximilia. Órfão aos doze anos de idade, Ewaldo fez o primário em São Manoel, se formou na Escola Normal e foi professor da Escola Técnica Agrícola, em São Manoel.

Aos 25 anos, em 1947, veio para São Paulo e foi trabalhar na Superintendência do Ensino Profissional. Iniciou carreira como jornalista na Rádio Excelsior em 1949, foi locutor e redator, correspondente da Agência France Press e chefe do departamento de jornalismo das rádios Excelsior e Nacional de São Paulo. Atuou na Organização Victor Costa (TV Paulista, que comprada por Roberto Marinho se tornou a Globo SP).

Ewaldo foi eleito em outubro de 1962 para seu primeiro mandato como Deputado Federal, quando integrou a Comissão de Educação e a Comissão de Relações Exteriores, e reeleito em 1966 quando foi cassado pelos militares no ano seguinte. 

A ditadura levou o jornalista a um período de verdadeiro ostracismo, quando teve que ganhar a vida como vendedor, não conseguindo voltar ao jornalismo. Anos depois, conseguiu emprego na Prefeitura de São Bernardo do Campo, graças a ajuda de amigos. Trabalhou na Comgás e na DERSA, fez trabalho voluntário no Conselho Estadual do Idoso, na TV Comunitária e integrou a Comissão de Justiça e Paz de São Paulo.  

Israel Dias Novaes (sindicalizado em julho de 1944)

Escritor, jornalista e membro da Academia Paulista de Letras, Israel Dias Novaes estudou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, onde fundou e dirigiu o jornal O Libertador. Como jornalista profissional foi redator, secretário de redação e redator-chefe do Correio Paulistano, redator dos jornais Diário da Noite, Correio Brasiliense, e O Tempo. Colaborou na Revista Brasileira de Poesia, da qual foi editor, no D.O.Leitura, no Correio Brasiliense e na “Revista da Academia de Letras da Faculdade de Direito.

Nascido na cidade de Avaré (SP) em 30 de abril de 1920 e falecido em 6 de junho de 2009, Novaes teve larga atuação política. Foi eleito pela primeira vez deputado Estadual pela União Democrática Nacional (UDN) em 3 de outubro de 1958 e reeleito em 7 de outubro de 1962. Em 1965, um ano após o golpe militar se filiou à Aliança Renovadora Nacional (ARENA), partido de sustentação do governo. Em 15 de novembro de 1966, foi eleito para seu terceiro mandato, mas, apesar de integrar o partido situacionista, Novaes, votou contra o pedido de licença solicitado pelo governo federal para processar o Deputado Marcio Moreira Alves e foi cassado em 17 de janeiro de 1969, com base no Ato Institucional nº 5 (AI-5). 

Em 1974, volta à vida política e é eleito Deputado Federal, agora pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), partido de oposição ao regime militar quando é reeleito por mais dois mandatos, em 1978 e 1982. Israel Dias Novaes concorreu para a Assembleia Constituinte mas não foi eleito e retomou a carreira jornalística e de escritor. Integrante da Academia Paulista de Letras onde ocupou o cargo de presidente em 1999.

Foto: Arquivo SJSP

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