Jornalistas, administrativos, gráficos e distribuidores demitidos e freelancers dispensados pela Abril fizeram uma manifestação contra o calote da empresa, em protesto realizado das 6h às 9h em frente à gráfica da editora, na Avenida Otaviano Alves de Lima, ao lado da Marginal Tietê, na zona oeste da capital.
Com cartazes e faixas, os manifestantes fecharam o acesso aos portões da gráfica, impedindo a saída de veículos para distribuição da revista Veja. O protesto visa manter a pressão para que a Abril pague o que deve. Após três meses de recuperação judicial, os demitidos continuam sem receber as verbas rescisórias e a multa de 40% do Fundo de Garantia, assim como os freelancers dispensados sem o recebimento dos serviços prestados.
Organizadas com apoio dos sindicatos, as categorias continuam pressionando e decidiram se manifestar para exigir que a bilionária família Civita sub-rogue a dívida, ou seja, que pague o que deve integralmente e o mais rápido possível, e que tome o lugar dos credores trabalhistas na recuperação judicial.
Apresentado no último 22 de outubro, o plano de recuperação judicial da empresa, que ainda depende de aprovação dos credores, gerou revolta nos trabalhadores e trabalhadoras demitidos, pois, dependendo do valor da dívida, a quitação do débito pode demorar até 18 anos, além do deságio no valor.
Para debater as próximas ações para pressionar a editora, os demitidos e dispensados se reúnem em assembleia na terça-feira (27), no Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas, Comunicação e Serviços Gráficos de São Paulo e Região (Stig), na Rua da Figueira nº 233, bairro do Brás, na capital paulista. A assembleia está prevista para às 11h, mas o horário ainda será confirmado.
Além dos sindicatos das categorias atingidas pela dispensa em massa, participaram do protesto a Central Única dos Trabalhadores nacional (CUT) e a Estadual São Paulo (CUT/SP), o Sindicato dos Eletricitários de São Paulo (Stieesp), o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Gráfica, Comunicação Gráfica e Serviços Gráficos de Cajamar, Jundiaí, Vinhedo e Região (Sindigráficos de Jundiaí) e a Federação dos Trabalhadores da Indústria Gráfica, da Comunicação Gráfica e dos Serviços Gráficos do Estado de São Paulo (FTIGESP).
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