Uma assembleia reuniu cerca de 40 jornalistas, gráficos e trabalhadores administrativos para debater a continuidade da luta contra o calote da Editora Abril, que completou 8 meses. No início, o juiz do processo de Recuperação Judicial aceitou pedido da empresa para adiar, mais uma vez, a assembleia de credores que devem definir o plano da recuperação – só a partir daí é que os cerca mil trabalhadores demitidos e mais 250 freelancers podem receber o conjunto do que lhes é devido.
Os presentes aprovaram uma série de manifestações públicas para pressionar tanto a empresa quanto o judiciário. Eles defendem que o dinheiro devido aos trabalhadores (incluindo freelas) seja pago integralmente e o quanto antes.
A primeira manifestação já está em andamento. Desde o domingo (14), os ex-funcionários estão protestando nas redes sociais com a #PagaCivita, graças à realização do Fórum Veja Exame nesta segunda (15), sobre os 100 dias do governo Bolsonaro, com convidados como Rodrigo Maia (do DEM, presidente da Câmara Federal).
A página “Abril com fome”, mantida pelo Comitê de Jornalistas Demitidos, afirma que a Editora “toma para si um palanque para discutir ‘a recuperação do mercado de trabalho’ quando destruiu milhares de postos de trabalho no Grupo Abril e nas editoras que usavam seus serviços para a distribuição de livros e revistas”. Colegas jornalistas também estão se manifestando em apoio.
Mobilização
A assembleia avaliou que é preciso insistir na mobilização dos trabalhadores prejudicados. Duas atividades centrais estão sendo organizadas.
A primeira é um ato público na porta da sede da Editora Abril, na Marginal Tietê, onde hoje estão reunidos todos os trabalhadores da ativa da empresa. Os sindicatos dos trabalhadores da Abril vão entrar em contato com a entidades sindicais de outras categorias que recentemente tomaram calote de empresas q fecharam ou entraram em recuperação judicial.
Ao mesmo tempo, os Comitês de trabalhadores demitidos das 3 categorias organizam uma campanha de cartas endereçadas ao juiz da recuperação judicial, com objetivo de mostrar a realidade de cada trabalhador dispensado e cobrar celeridade no processo.
Campanha de cartas dos trabalhadores demitidos da Abril:
E-mail: sp2falencias@tjsp.jus.br. Linha de assunto: RECUPERAÇÃO JUDICIAL DA EDITORA ABRIL. Cópias para jornalista@sjsp.org.br.
– Carta endereçada ao juiz dr. Paulo Furtado, 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais do Foro Central da Capital, Praça João Mendes, s/nº, Salas 1618/1624, Centro – CEP 01501-900
– Sugestão de roteiro para mensagem/carta:
Seu nome; tempo de Abril; unidade de trabalho; quanto a empresa deve (mesmo aproximado; quais as dificuldades que você e sua família enfrentam por causa do calote.