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Coletivo de Mulheres: Big Brother confirma urgência no controle social da mídia

Coletivo de Mulheres: Big Brother confirma urgência no controle social da mídia


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Enquanto os movimentos organizados lutam pelo fim da violência, da exploração sexual e da mercantilização da imagem da mulher e várias instituições sociais atuam pela democratização da comunicação no Brasil, a Rede Globo continua desrespeitando os brasileiros com mais uma edição do seu aberrante Big Brother Brasil.

Não podemos nos calar diante de tamanha vulgaridade e corrupção dos objetivos que uma concessão pública de TV deveria respeitar. O interesse público clama por uma programação educativa, libertadora, democrática e que, por isso, contribua para o desenvolvimento e emancipação da população.

A TV, em um país como o Brasil com graves diferenças sociais que levam a distorções educacionais e culturais a serem vencidas, deveria contribuir para suprir essas lacunas. Esse é o real interesse de um país que está próximo de se tornar uma das maiores economias do mundo e ainda tem homens, mulheres e crianças analfabetas, mas consumidoras do lixo cultural que, aliás, é o que há de mais alienante e predatório, bombardeado diaria e ininterruptamente em canal aberto.

Não há como engolirmos como natural um programa televisivo que leva ao ar um episódio de estupro. Ainda que o caso não esteja inteiramente apurado e comprovado, o fato de surgirem na internet protestos e questionamentos de telespectadores que o assistiram, indica a impropriedade das cenas. O estupro deve ser condenado, mas a sua simples simulação já é ingrediente estimulante para frágeis cabeças que curtem gostosamente o refrão, igualmente bombardeado em nossas mentes: “ai se eu te pego, ai, ai, ai”!

Por essas e muitas outras, o Sindicato dos Jornalistas Profisssionais do Estado de São Paulo, vê como imprescindível o fortalecimento do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, para que o controle social da mídia deixe de ser uma bandeira dos sindicatos e dos movimentos sociais e se transforme em instrumento eficaz para fazer prevalecer o interesse público sobre os interesses meramente comerciais e exploratórios dos grandes grupos empresariais da comunicação no Brasil. Essa é uma tarefa urgente porque, desde a abertura e a redemocratização do país, a comunicação é uma das áreas em que os ventos democráticos ainda não sopraram.

 

Coletivo da Mulher Jornalista do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo

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