A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), entidade máxima de representação da categoria no país, dirige-se novamente às/aos jornalistas e à sociedade, conclamando cada uma e cada um a abraçar em definitivo a justiça social, a soberania nacional, os direitos da classe trabalhadora, as liberdades de expressão e de imprensa e a democracia.
Em 76 anos de atuação, nunca nos furtamos de desempenhar nosso papel para além da representação classista. Na ditadura civil-militar, enquanto organizações de classe e empresas jornalísticas capitulavam à lógica autoritária, nos empenhamos em libertar e garantir a vida de jornalistas e de cidadãos brasileiros.
Assim como fomos uma das primeiras entidades de classe a denunciar o golpe contra a presidenta Dilma Rousseff, em 2016, dois anos depois, já anunciávamos que o ovo da serpente neofascista era chocado entre nós.
Sempre questionamos o governo Bolsonaro e tudo o que ele representa: autoritarismo, necropolítica, fisiologismo, corrupção, relações umbilicais com milícias, ultraliberalismo econômico e desmonte de políticas de justiça social. Os nossos valores sempre foram opostos.
Chegamos em 2022 com 33 milhões de pessoas sem comida em casa e com a vergonhosa volta do país ao Mapa da Fome. O Brasil ficou com o posto de terceira nação em número de mortos pela pandemia de covid-19.
Nos últimos quatro anos, políticas públicas e sistemas de monitoramento foram interrompidos, orçamentos reduzidos, espaços de participação popular inviabilizados ou eliminados. Hoje temos menos transparência e cada vez menos confiança no governo.
Houve incentivo à liberação de armas e à militarização de espaços civis. Consequentemente, a violência cresceu, especialmente contra meninas e mulheres, jovens negros, quilombolas, povos originários e população LGBTQIA+.
Os sucessivos ataques do governo federal aos direitos humanos e a instituições, como o judiciário (incluindo o STF) e a imprensa, compõem o cenário de regressão às liberdades de expressão e de imprensa. O presidente segue disseminando informações fraudulentas, limitando e bloqueando o acesso a dados oficiais e violando a Lei de Acesso à Informação.
Nesse cenário, destacamos os ataques diretos aos jornalistas e a veículos de mídia, com a constante tentativa de descredibilização da imprensa. Desde 2019, os jornalistas são agredidos principalmente pelo chefe de Estado no Brasil. Os números de nosso Relatório anual deixam clara esta situação: passamos de 135 agressões, em 2018, para 430 em 2021!
Com Bolsonaro no governo, há três vezes mais agressões a jornalistas do que havia antes. É mais do que uma por dia! Desde que chegou à Presidência, ele é o principal agressor: em 2021, Bolsonaro realizou 147 agressões a jornalistas, 34% do total nacional. Adicionando as pessoas do seu entorno, incluindo seus filhos, gestores públicos federais e seus apoiadores, o bolsonarismo responde por 70% dos casos de violência registrados contra a categoria no ano passado.
Soma-se à institucionalização da violência contra a categoria os ataques aos direitos conquistados, por meio das Medidas Provisórias 905/2019 (que propunha acabar com o registro profissional) e 1045/2021 (que buscava flexibilizar nossa jornada especial de trabalho) – ambas derrotadas pela mobilização da FENAJ de seus 31 Sindicatos filiados.
Não podemos esquecer o desmonte da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) por meio do aparelhamento do atual governo federal, da censura e da perseguição a dirigentes sindicais.
Precisamos dar um basta a este governo que opera por meio do ódio e da mentira. E é por isso que defendemos, neste segundo turno das eleições presidenciais, o voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a única candidatura que tem compromisso com os direitos e as conquistas civilizatórias.
A esperança vai vencer o medo, a violência e o ódio.
O Jornalismo vai vencer a desinformação e a mentira.
A democracia vai vencer o autoritarismo.
Brasília, 14 de outubro de 2022
Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Alagoas – Sindjornal
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amapá
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Amazonas – SJPAM
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Bahia – Sinjorba
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Ceará – Sindjorce
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal – SJPDF
Sindicato dos Jornalistas Profissionais na Região da Grande Dourados – Sinjorgran
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Espírito Santo – SindijorES
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado do Rio de Janeiro
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Goiás
Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Juiz de Fora – SJPJF
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Mato Grosso
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Mato Grosso do Sul
Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro – SJPMRJ
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado da Paraíba – SindjorPB
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Norte do Paraná – Sindijor Norte PR
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Pará – Sinjorpa
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Paraná – SindijorPR
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Pernambuco – Sinjope
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Norte – Sindjorn
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul – Sindjors
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Rondônia
Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Roraima – Sinjoper
Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Santa Catarina – SJSC
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo – SJSP
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de Sergipe – SindijorSE
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado do Tocantins – Sindjorto