SindJori propôs mesa para 11 de março e Sindicato chamará assembleia geral em breve
Na quarta-feira (28), minutos antes do início da mesa de mediação com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) que o Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas no Estado de São Paulo (SindJori) havia se negado a comparecer, a entidade patronal enviou mensagem ao Sindicato dos Jornalistas (SJSP) propondo a data de 11 de março para início de negociação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) para jornalistas de jornais e revistas do interior, litoral e Grande SP.
Após quase dois anos de intransigência, com o SindJori usando uma desculpa ou outra para não negociar, impondo às/aos jornalistas a condição absurda de ficar sem piso salarial, sem reajustes e sem uma série de direitos econômicos e sociais, temos a mesa com data sugerida pelo patronal.
Mas o Sindicato está atento para que isso se torne uma negociação efetiva e tem no radar, assim como a CCT, a recomposição das perdas salariais, que foram grandes.
Dieese
Com data-base em 1º de junho, a última CCT do segmento foi assinada em setembro de 2021.
A pedido do Sindicato, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realizou estudo sobre o comportamento dos salários da categoria no segmento de jornais e revistas do interior.
No período de 1/06/2021 a 31/01/2024 o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) apresentaram defasagem salarial de, respectivamente, 17,79% e 18,51%.
O tamanho do prejuízo só cresce, com duas datas base pendentes e uma terceira que se inicia em 1º de junho.
Luta sem trégua
Durante a mesa de mediação do MTE no dia 28 foi relatada pelo Sindicato a situação em que se encontra a categoria. Um termo de ausência do SindJori foi registrado em ata.
A luta contínua do Sindicato dos Jornalistas para resolver o impasse da falta de negociação tem sido árdua.
Em 2022, a pauta de reivindicações foi entregue em 1º de abril. No início de maio, houve o falecimento do então presidente do SindJori e, no final daquele mês, à véspera da data-base (1º de junho), o Sindicato reivindicou a extensão da vigência da CCT enquanto rolassem as negociações. O SindJori negou, baseando-se no fim da ultratividade – mecanismo existente, antes da famigerada Reforma Trabalhista, que mantinha as cláusulas da convenção coletiva anterior enquanto se negociava, na campanha salarial, uma nova convenção.
Com a morte do presidente, a entidade patronal descobriu que seu cadastro no MTE estava irregular e passou a alegar falta de poder de representação para negociar a CCT.
O Sindicato pediu, por duas vezes, intermediação do Ministério Público do Trabalho (MPT) para início das negociações, com negativas do SindJori. Em ambas, o MPT arquivou a solicitação do SJSP em razão de outro efeito da Reforma Trabalhista, que impossibilita intermediação havendo discordância de uma das partes envolvidas.
Juntar forças
“Agora, com mesa de negociação marcada, as/os jornalistas que atuam em jornais e revistas do interior e litoral têm luta pela frente”, alerta Solange Santana, secretária das Regionais do SJSP. “Reconquistar a CCT e a recomposição salarial exigirá engajamento de todas as redações do estado nas mobilizações chamadas pelo Sindicato”.
Em breve, o Sindicato chamará assembleia geral e a categoria deve se preparar para participar em peso. Contate sua regional!
Por direitos e dignidade, queremos CCT com recomposição salarial!