O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo participou, na manhã desta segunda-feira (18/06), de mesa redonda no Ministério do Trabalho para buscar solucionar os problemas que estão ocorrendo na RTV Band em Campinas. A reunião, que foi solicitada pela Regional Campinas em março, logo após a empresa iniciar o processo de demissão em massa, foi mediada pela auditora Ana Palmira Arruda Camargo e contou com a presença de um representante do Sindicato dos Radialistas.
Durante a tentativa de negociação, os representantes da empresa chegaram ao absurdo de afirmar que “os trabalhadores têm tempo ocioso na empresa”. Para a direção do Sindicato, a afirmação é desumana e injusta, além de não corresponder à verdade, já que um grande número de profissionais vem sendo demitido desde fevereiro, o que aumentou o ritmo de trabalho do pessoal que continua na empresa. Sobre as demissões, que continuam ocorrendo, a empresa manteve a postura de não apresentar comprovações ou dados que possam justificar quaisquer das dispensas. O Sindicato também questionou os representantes da empresa sobre o número de trabalhadores contratados como Pessoas Jurídicas. A Band respondeu que não há nenhum jornalista trabalhando como PJ.
O Sindicato afirmou ainda que os profissionais são obrigados ao acúmulo de funções, com repórteres trabalhando também como produtores enquanto produtores e editores trabalham também como apresentadores. Além disso, basta sintonizar a Rádio Bandeirantes, para constatar que o trabalho jornalístico apresentado pela emissora é feito com a reprodução de matérias de jornalistas da Band News. Para o Sindicato, além da carga excessiva, os trabalhadores também são prejudicados por não receberem nenhum adicional pelo trabalho dobrado.
Agildo Nogueira Junior, diretor da Regional Campinas, destaca que o comportamento da empresa gera um ambiente de trabalho ruim. “Estamos preocupados, pois a justificativa para as demissões de fevereiro foi a reestruturação da grade. Na mesa redonda, a empresa afirmou que uma nova estruturação deve ocorrer em agosto. Precisamos que os jornalistas nos digam o que está acontecendo para podermos antecipar nossas ações e preservar direitos”, conclui o sindicalista.