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16º Congresso dos Jornalistas

Ato político marca a abertura do 16° Congresso dos Jornalistas

Juliana Almeida - SJSP

Foto: Cadu Bazilevski

Após uma pausa de 6 anos, foi realizada na noite de ontem (4), no Auditório Vladimir Herzog, a abertura do 16° Congresso dos Jornalistas na sede do SJSP. A atividade contou com a presença de profissionais, sindicalistas e autoridades, como o presidente do Sindicato, Thiago Tanji, a presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Samira Castro, Alberto Gaspar, jornalista e atualmente apresentador do programa Legião Estrangeira, da TV Cultura; Patricia Zaidan, jornalista e psicóloga; João Brant, Secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação Social; Douglas Izzo, presidente da CUT-SP; Bianca Santana, jornalista e escritora, Orlando Silva, deputado federal (PCdoB-SP), a deputada federal (Psol-SP) e professora, Luciene Cavalcante.

Com o tema “Jornalistas e o futuro: trabalho, saúde mental e organização sindical nas novas plataformas de comunicação”, o 16º Congresso Estadual das e dos Jornalistas de São Paulo tem como objetivo reunir a categoria e promover discussões fundamentais sobre nossa profissão, bem como definir a atuação do Sindicato nos próximos anos.

PEC do Diploma e Taxação das grandes plataformas digitais

A profissão passa por um momento delicado de reconstrução democrática após um período de diversos ataques à categoria e à liberdade de imprensa, prejudicando o trabalho de jornalistas e muitas vezes ferindo os direitos humanos com discursos de ódio.

No início dos trabalhos da mesa, a presidenta da Fenaj, Samira Castro, ressaltou as propostas da federação, como a volta da obrigatoriedade do diploma, a regulamentação da profissão e a criação de um conselho federativo que fiscalize a profissão, os cursos de formação universitária e o jornalismo praticado no país. “A gente teve uma conversa com o Ministério do Trabalho e Emprego, para saber como podemos atualizar a nossa regulamentação profissional, e essa é uma pauta que complementa com a questão do diploma. A partir da queda da obrigatoriedade do diploma, com as empresas dizendo não só quem elas querem contratar, mas também quem é jornalista no país, a gente teve uma precarização muito grande da atividade profissional”, ressalta Samira.

O oligopólio da comunicação, ao longo dos anos, mudou seu formato para o ambiente digital, com grandes conglomerados internacionais, como Google, Meta, Apple, entre outros, apossando-se de verbas publicitárias e do conteúdo jornalístico produzido em suas plataformas, trocando toda a veiculação de conteúdo para o meio digital, precarizando o trabalho do jornalista e não o remunerando pelo conteúdo que é circulado por essas grandes plataformas.

Nos últimos anos, o país passa por uma difícil relação do capital e trabalho com a precarização das atividades profissionais, causadas tanto pelo desgaste político como pela falta de regulação das novas tecnologias que estão sendo cada vez mais usadas nos ambientes de trabalho. Essa precarização se intensificou ao longo da nova reforma trabalhista, que agrediu os direitos dos trabalhadores. “Debater as relações de trabalho em qualquer campo não pode abstrair um dado da história que é o momento em que nós vivemos, que é um momento brutal para a vida dos trabalhadores, já que é uma ofensiva inédita do capital contra o trabalho”, comenta o deputado Orlando Silva.

Saúde mental


A saúde mental dos jornalistas também foi abordada de forma enfática no evento. A sobrecarga de trabalho nas redações e o desemprego são fatores que têm contribuído para o adoecimento da categoria, levando o sindicato a centralizar essa discussão e buscar soluções para proteger a saúde dos profissionais.

O debate sobre saúde ganhou um novo ponto, discutindo a saúde mental dos trabalhadores e trabalhadoras. Durante muitos anos, as convenções e reuniões discutiram muito sobre saúde, com foco em lesões por esforço repetitivo ou sobrecarga durante a jornada de trabalho. “Hoje, a gente vê um avanço do sindicato dos jornalistas colocando a saúde mental na centralidade das discussões”, comentou a psicóloga e jornalista Patrícia Zaidan.

“Diante de um quadro em que existe desrespeito ao diploma de jornalista, um quadro que diz que a maior parte da mão de obra é pejotizada e não tem futuro de carreira, esse trabalhador que está desvitalizado acaba se submetendo a exigências de chefias assediadoras que pedem muito, o seu tempo, o seu intelecto, o tempo que ele (o trabalhador) deveria estar com os seus filhos, como seu companheiro(a), e tem dado pouquíssimo”, completa a psicóloga.

Reuniões

Durante o mês de julho, o Sindicato promoveu 8 reuniões temáticas virtuais e 21 reuniões nos locais de trabalho, elegendo 51 delegados para a participação do Congresso. Os temas discutidos durante as reuniões ajudaram a pautar os temas discutidos no congresso. Será debatido também o anteprojeto do Estatuto do Sindicato (leia aqui), durante o final de semana.

Fotos:Cadu Bazilevski

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