A assembleia de credores da Editora Abril marcada para esta terça-feira (06) não atingiu o quórum de 50% de representantes dos credores em todas as classes. De acordo com a Deloitte, a classe I, na qual se enquadram os credores trabalhistas, não atingiu a quantidade mínima de presentes segundo o valor dos créditos. A assembleia ocorrerá em 27 de agosto, sem a necessidade de quórum.
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) continua negociando melhores condições de pagamento aos jornalistas freelancers, que foram enquadrados nas classes 3 e 4 no plano de recuperação judicial e não tem prazo garantido de pagamento. No plano de recuperação que ainda será votado, o prazo inicial de pagamento está condicionado à homologação da assembleia de credores. O Sindicato alerta que a confirmação final da homologação da assembleia só acontecerá em poucas semanas caso nenhum credor recorra da decisão na justiça, o que deixa os trabalhadores sem garantias de que não demorará anos para receber.
Além dos freelancers, o Sindicato se preocupa com os jornalistas que foram condenados como corréus em ações e serão obrigados a pagar a condenação no lugar da empresa, caso sejam acionados judicialmente pelos credores. Na prática, a falência da Editora Abril e o enquadramento do pagamento em condições previstas na recuperação judicial fará os credores cobrarem os créditos dos jornalistas condenados solidariamente. O plano de recuperação judicial criou um tópico para casos como esse e estabelece o pagamento de até R$ 250 mil em pouco tempo; 60% dos valores de R$ 250 mil a R$ 350 mil e o restante das verbas acima de R$ 350 mil com deságio de 92% e pagamento em até 18 anos. Isso significa que nas condenações já existentes em que o valor é muito maior do que os R$ 350 mil, os jornalistas serão prejudicados e pagarão a maior parte da dívida. Por isso, o Sindicato dos Jornalistas reivindica outras condições de pagamento aos jornalistas corréus.