Daqui a pouco, Sindicato e jornalistas vivem novamente o momento estratégico para buscar avanços econômicos, trabalhistas e sociais que garantam salários justos, melhores empregos e mais qualidade de vida. É em junho que acontecem as negociações da Campanha Salarial 2013 com os sindicatos patronais de Jornais e Revistas da capital, interior e litoral, além de Assessoria de Imprensa. É a data base de grande parte da categoria e hora de buscarmos o envolvimento e a mobilização de todos e todas para fortalecer nossa luta no enfrentamento ao jogo duro dos patrões que, certamente, vão continuar com discursos evasivos na tentativa de negar as justas reivindicações por salários e benefícios mais condizentes com o desempenho dos jornalistas.
É fato que mexer nos altos lucros dos empresários de comunicação nunca foi tarefa fácil. Mas, resistir é preciso e fundamental para a unidade da categoria, a conquista das reivindicações e o reconhecimento profissional devido. Só com os jornalistas organizados nas redações é que o Sindicato tem legitimidade para pressionar a bancada patronal e conquistar aumento real de salários, piso estadual unificado, PLR, emprego decente e pagamento de horas extras, entre outros benefícios, além de combater o acúmulo de funções, a pejotização, a precarização, as demissões e o assédio moral. É por isso que vamos precisar de todo mundo e de cada um nas atividades da Campanha Salarial que só está começando.
É preciso virar esse jogo. Em maio, mês que começou com o Dia Internacional dos Trabalhadores, outra data é importante para os jornalistas e todos os trabalhadores da área de Comunicação: o Dia Mundial da Liberdade de Imprensa. No último dia 03, a direção do Sindicato divulgou nota oficial abordando a preocupação com a integridade física dos trabalhadores para o pleno exercício da profissão.
A verdade é que os episódios de violência contra os jornalistas têm sido cada vez mais frequentes. Não bastasse enfrentarem as más condições decorrentes da precarização nas relações de trabalho, os baixos salários e o permanente fantasma das demissões, muitos se veem às voltas com uma rotina de ameaças de morte, agressões físicas ou verbais, com o intuito de calar o profissional.
Só no estado de São Paulo aconteceram agressões a repórter que foi cobrar a empresa por um trabalho free-lancer, ameaças a jornalista impedido de participar de uma coletiva com o prefeito, vereador que durante entrevista ameaçou a repórter e até veículo de um canal comunitário do interior metralhado em razão de críticas que o profissional fazia ao governo municipal. No ano passado, um repórter da Folha de S.Paulo foi obrigado a deixar o país devido a ameaças a ele e seus familiares.
O cenário em todo país também é preocupante. Em levantamento realizado pelo Comitê de Proteção de Jornalistas em 2010, o Brasil era o 18° país mais perigoso para o exercício da profissão. Dois anos depois, o país já ocupa o quarto lugar em número de jornalistas mortos, só perdendo para Síria, Somália e Paquistão. Em 2013, quatro profissionais foram assassinados de janeiro a abril, sendo dois no Vale do Aço, em Minas Gerais. As mortes aconteceram principalmente por denúncias contra esquemas políticos fraudulentos ou grupos de extermínio.
Mesmo com tantas adversidades, são exatamente os jornalistas os principais defensores da Liberdade de Imprensa e de Expressão, bandeira de luta que pertence aos trabalhadores e é fundamental para a democracia. Por isso, e mais do que nunca, estamos engajados na coleta de assinaturas para encaminhar o Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática, lançado oficialmente no dia 1º de maio, além de pressionar a aprovação pelo Congresso Nacional. Porque a gente quer muito mais… Em defesa dos jornalistas e do jornalismo!