O repórter fotográfico João Leoci foi detido na quinta-feira, 1º de setembro, juntamente com um grupo de 20 pessoas, quando cobria uma atividade na região central de São Paulo, conhecida como “cracolândia”. O psiquiatra Flávio Falcone, que trabalha com redução de danos entre os moradores de rua da região, também foi detido e levado para o 77º DP. Segundo o portal Ponte Jornalismo, o delegado Severino Vasconcelos, titular da delegacia, informou que o grupo estava sendo detido sob alegação de perturbação da ordem pública.
“Eles já chegaram atirando com balas de borracha e soltando bombas. Eu me identifiquei como jornalista e mesmo assim tive uma espingarda calibre 12 apontada para o meu rosto e ordem para que eu parasse de fotografar”, relatou João Leoci, que acompanhava a ação do grupo de apoio de Falcone. Após quatro horas, o grupo foi liberado.
A ação policial na região tem se notabilizado pelo uso excessivo de força e repressão a pessoas em situação de rua e tentativas de intimidar e coibir o trabalho de profissionais imprensa. O aumento do número de pessoas em situação de rua e vulnerabilidade social é consequência direta da desastrosa política do governo federal, que fez aumentar exponencialmente a miséria no país.
O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) repudiam mais essa violência contra o trabalho jornalístico e se solidarizam com o repórter fotográfico João Leoci e as demais vítimas dessa ação policial.
São Paulo, 2 de setembro de 2022
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Federação Nacional dos Jornalistas