O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) manifestam sua repulsa diante da atitude insensível e antissindical da CNBC Brasil, que demitiu dezenas de jornalistas na sexta-feira, 19 de dezembro.
Às vésperas do Natal, cerca de 30 profissionais foram dispensadas(os) e o restante da redação recebeu de presente uma virada de ano sob clima de incerteza. Como agravante, as demissões ocorrem em plena campanha salarial do segmento de jornalistas de rádio e TV.
No mesmo dia, ao ser informado da demissão em massa, o SJSP entrou em contato com diversas(os) jornalistas desligadas(os) para manifestar solidariedade, prestar assistência e colocar seu Departamento Jurídico à disposição das e dos colegas.
O SJSP também requereu à CNBC Brasil, imediatamente, que fosse realizada uma reunião em caráter de urgência para tratar do assunto. Porém, só recebeu da empresa uma nota curta, que ignorou a proposta de reunião entre as partes.
Na mensagem enviada ao SJSP, a CNBC Brasil procura descaracterizar a ocorrência de demissão em massa, dizendo que se limitou a realizar “pontuais movimentações, especialmente relacionadas a relações de natureza civil de terceirização de serviços”.
Alega ainda que “houve a rescisão do contrato de trabalho de apenas 6 empregados”, para concluir: “Dessa forma, não há de se cogitar, por qualquer ângulo, a ocorrência de demissão coletiva, mas apenas e tão somente o exercício do direito potestativo [sic] da empresa”.
Assim, a própria empresa admite que na maior parte dos casos as(os) jornalistas desligadas(os) atuavam em regime de Pessoa Jurídica (“PJ”). Ou seja: a CNBC Brasil praticava fraude nas relações de trabalho mantidas com tais profissionais, uma vez que , apesar da contratação como “PJ”, essas(es) trabalhadoras(es) tinham um real vinculo empregatício, com obrigações tipicamente celetistas: subordinação a chefias, prestação pessoal do serviço (intransferível para outras pessoas), habitualidade etc.
O SJSP e a Fenaj encaminharão uma denúncia desse fato ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e ao Ministério Público do Trabalho (MPT), para que tomem as devidas providências contra o que entendemos ser uma pejotização fraudulenta, e para que todos os direitos das e dos jornalistas sejam resguardados.
Note-se que, com base na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) sempre que o SJSP visitava a CNBC, em ocasiões previamente agendadas, a empresa permitia a entrada dos dirigentes sindicais, mas na prática criava dificuldades de acesso às e aos jornalistas que lá atuam.
SJSP e Fenaj reiteram sua total solidariedade às e aos jornalistas que perderam seus empregos na CNBC às vésperas do Natal, bem como reafirma a disposição para apoiá-las(os) no que for necessário.
São Paulo, 22 de dezembro de 2025
Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Federação Nacional dos Jornalistas


