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Mais 3 prisioneiros palestinos oriundos de Gaza morrem em prisões israelenses; Israel continua a desrespeitar cessar-fogo e matar crianças, em meio ao silêncio da mídia

Redação - SJSP

Grupos de direitos humanos palestinos divulgaram os nomes de mais três detentos palestinos — Taysir Saeed al-Abd Sabbaba, Khamees Shukri Mer’i Ashour e Khalil Ahmad Khalil Haniyeh — que foram sequestrados por Israel em Gaza e posteriormente mortos em prisões ou campos militares israelenses. A Comissão de Assuntos de Detentos e a Sociedade de Prisioneiros Palestinos citam esses casos como exemplos de “execuções em câmera lenta”, observando que mais de 100 prisioneiros palestinos foram mortos desde o início do genocídio e instando organismos internacionais a responsabilizar os líderes israelenses.

Enquanto isso, os ataques israelenses contra Gaza continuam: bombardeios de artilharia, ataques aéreos e tiroteios foram relatados na Cidade de Gaza, perto do campo de refugiados de Maghazi, no centro de Gaza, e em Khan Younis e Rafah, no sul, segundo a Al Jazeera. Pelo menos uma mulher palestina, Samar al-Shubarsi, foi morta no bairro de al-Tuffah, na Cidade de Gaza, de acordo com a Defesa Civil de Gaza. O porta-voz Mahmoud Basal disse que o corpo dela estava dentro de uma ambulância, enquanto seu filho pequeno, nascido no início da guerra, estava ao lado do corpo segurando a mão do tio, olhando para a mãe “como se estivesse esperando que ela voltasse”.

“Israel planeja expulsar a população remanescente de Gaza, aproveitando-se do silêncio da mídia”, denunciou o jornalista britânico Owen Jones. “Entretanto, apesar de um suposto ‘cessar-fogo’, crianças estão sendo queimadas vivas em tendas, crianças pequenas estão sendo mortas enquanto coletam lenha e a ajuda humanitária está sendo negada. Estão sendo descobertas valas comuns com os corpos de civis que foram massacrados pelos militares israelenses enquanto tentavam desesperadamente conseguir comida para suas famílias” (leia aqui a reportagem completa de Owen Jones, em inglês).

O presidente Donald Trump planeja apresentar seu “Conselho da Paz” para Gaza e uma nova estrutura de governo para o enclave antes do Natal, de acordo com o Axios. Autoridades americanas afirmam que o “Conselho da Paz” seria liderado por Trump e composto por cerca de dez líderes de países árabes e ocidentais, e abaixo dele, um “Conselho Executivo Internacional” que incluiria Tony Blair, Jared Kushner, Steve Witkoff e altos funcionários dos países do “Conselho da Paz”. Abaixo disso, estaria um governo tecnocrata palestino composto por membros sem qualquer ligação com o Hamas, Fatah ou qualquer outra facção palestina. Segundo a proposta, as tropas israelenses se retirariam ainda mais de Gaza e seriam substituídas por uma Força Internacional de Estabilização. Um diplomata disse ao Axios: “A equação será: as Forças de Defesa de Israel fora de Gaza, mas o Hamas fora do poder”.

A ONU afirma que a ajuda humanitária à população de Gaza continua sendo bloqueada por Israel. As equipes da ONU ainda não conseguem ampliar as entregas, apesar do acordo de cessar-fogo, e dizem que o pleno respeito ao cessar-fogo é necessário para que seus trabalhadores possam entregar a ajuda. A organização pediu a abertura de mais passagens de fronteira e a entrada de mais ajuda por múltiplas rotas sem demora, além de solicitar a isenção de taxas alfandegárias e a remoção de regras restritivas de registro.

Soldados israelenses mataram a tiros um palestino de 38 anos durante uma operação na cidade de Awarta, ao sul de Nablus, na Cisjordânia ocupada, na sexta-feira, segundo o Ministério da Saúde, com sede em Ramallah. As forças israelenses realizaram operações e prisões em toda a Cisjordânia nesta sexta-feira 5 de dezembro, de acordo com o Gabinete de Imprensa dos Prisioneiros Palestinos.

O Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) informou na quinta-feira, 4 de dezembro, que mais de 95 mil palestinos foram afetados pela expansão das operações das forças israelenses no norte da Cisjordânia nesta semana, particularmente nas províncias de Jenin e Tubas, onde os militares impuseram toques de recolher, ocuparam prédios residenciais e restringiram significativamente a circulação. A ONU também documentou 1.680 ataques de colonos israelenses em mais de 270 comunidades na Cisjordânia até o momento em 2025 — uma média de cinco incidentes por dia.

Qassam Barghouti, filho do proeminente prisioneiro político palestino Marwan Barghouti, escreveu em uma publicação nas redes sociais na sexta-feira que seu pai foi severamente espancado e abusado na prisão. “Acordei com um telefonema de um prisioneiro palestino recém-libertado esta manhã. Ele me disse: ‘Seu pai foi brutalmente espancado. Quebraram seus dentes e costelas, cortaram parte de sua orelha e fraturaram seus dedos gradualmente para se divertirem’”, escreveu Qassam Barghouti.

“O que devo fazer? A quem devo recorrer? Estamos vivendo este pesadelo todos os dias… Meu Deus, tenha misericórdia de nós. Meu pai agora tem 66 anos. Meu Deus, onde esta geração encontrará forças?” A família de Barghouti lançou uma campanha global na semana passada por sua libertação.

Mu’nis Muhsin, médico originário de Gaza, falou ao Sahat English sobre a tortura, o isolamento e os abusos que sofreu em Rakkevet, uma prisão subterrânea secreta israelense, durante os 19 meses em que esteve sob custódia israelense. Uma auditoria recente do Escritório do Defensor Público de Israel documenta superlotação extrema, agressões físicas rotineiras por parte dos guardas e condições precárias de alimentação e higiene, segundo o Wall Street Journal, um raro reconhecimento oficial das condições deploráveis descritas há muito tempo por ex-detentos.

(Traduzido da edição de 5 de dezembro do Drop Site News)

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