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Historiador Ilan Pappe vem a São Paulo e falará sobre o genocídio em Gaza nos dias 5/8 na Cidade Universitária do Butantã (18h) e 6/8 na Faculdade de Direito (10h)

Pedro Pomar - SJSP

Trazido ao Brasil pela Feira Internacional de Literatura de Paraty (FLIP), o historiador israelense Ilan Pappe, da Universidade de Exeter (Reino Unido), participará de duas atividades na capital paulista nos próximos dias 5 e 6 de agosto, ambas promovidas pelo Centro de Estudos Palestinos da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH-USP), ou CEPal.

Pappe é uma autoridade mundial em estudos sobre a Palestina, a Nakba (1948) e a tirânica ocupação dos territórios palestinos por Israel ao longo de quase oito décadas. Em livros como A Limpeza Étnica da Palestina (2007) e Dez Mitos sobre Israel (2017), o historiador desmistificou as narrativas com que Israel tem justificado suas atrocidades contra o povo palestino. Por essa razão, tornou-se “persona non grata” e foi perseguido pelo regime sionista de Tel Aviv.

No dia 5 (terça-feira), às 18h, na Casa de Cultura Japonesa (Avenida Lineu Prestes, 159, na Cidade Universitária do Butantã), Pappe fará a palestra intitulada “Palestina: da maior prisão do mundo ao campo de extermínio”. O evento contará com tradução simultânea e será mediado pela professora Arlene Clemesha e pela estudante Lissa Marchesini dos Santos. Na ocasião será lançado seu novo livro, A Maior Prisão do Mundo (Elefante, 2025).

No dia 6 (quarta-feira), às 10 horas, no Salão dos Estudantes da Faculdade de Direito (FD) do Largo São Francisco (no centro da capital), o historiador fará a conferência intitulada “Da Limpeza Étnica ao Genocídio na Palestina”. Atuarão como debatedores os ex-ministros Francisco Rezek e Paulo Sérgio Pinheiro; Ualid Rabah, presidente da Federação Árabe-Palestina do Brasil (Fepal); a professora Arlene Clemesha, do CePal, e o professor Paulo Casela, da FD; Soraya Misleh, presidente da Frente Palestina de São Paulo; Júlia Wong, do Centro Acadêmico XI de Agosto; a advogada Maira Pinheiro; e a relatora especial Francesca Albanese, da ONU (por vídeo).

A Editora Elefante, que editou alguns dos livros de Pappe no Brasil, denunciou que organizações sionistas tentaram sabotar as atividades do autor no país. “Há algumas semanas, representantes desse lobby passaram a agir (na surdina, como de costume) para diluir o alcance de suas conferências, e até mesmo para inviabilizá-las. A Flip sofreu pressão de lideranças da comunidade judaica incomodadas com a confirmação de Ilan Pappe como autor convidado da programação principal”, afirmou newsletter da editora, encaminhada no dia 27 de julho.

“O Sesc-SP, depois de ter dado como certa a realização de uma grande conferência com Pappe em uma de suas unidades na cidade de São Paulo, em um diálogo iniciado com a Elefante em fevereiro — portanto, com seis meses de antecedência —, na última hora desistiu de recebê-lo alegando ‘dificuldades de agenda’. Professores da Universidade de São Paulo, onde Ilan Pappe realizará dois eventos nos dias seguintes à Flip, sofreram constrangimentos por se disporem a receber em seus salões um dos maiores historiadores da atualidade em um ato contra o genocídio”, informou a Elefante.

Porém, ao menos por enquanto, o lobby sionista foi derrotado. “Alguns eventos ocorrerão exatamente como foram planejados, outros sofreram pequenas modificações. Isso porque algumas pessoas cederam, outras resistiram. Graças a estas, e apesar da covardia daquelas, as palestras e os debates vão acontecer — e quem estiver em Paraty e São Paulo conseguirá ver e ouvir esse grande autor”.

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