Após a direção da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) atacar a categoria dos jornalistas, os trabalhadores reunidos em assembleia no DF, RJ e SP decidiram, por unanimidade, fazer uma paralisação de 24h na próxima terça (03/09) , que pode ser estendida a depender da resposta da EBC e do governo federal.
A greve é uma reação à decisão da empresa de atacar a jornada especial da categoria, prevista na Seção XI da CLT desde 1943, ainda com Getúlio Vargas.
Ao elaborar o novo Plano de Cargos e Remunerações (PCR), a direção rebaixou os salários da carreira dos jornalistas na empresa em comparação a outros grupos de trabalhadores, criando um critério de remuneração por hora. Na prática, ao burlar a CLT, nos considera trabalhadores de jornada parcial, punindo a categoria pelo direito histórico da profissão. A luta dos jornalistas da EBC é por um PCR isonômico entre as diferentes carreiras, e, ao mesmo tempo, defendemos todos os ganhos econômicos que a proposta de PCR da empresa estabeleceu para os demais trabalhadores e trabalhadoras da EBC.
O ataque da EBC, portanto, é contra toda categoria dos jornalistas, não apenas aos que hoje trabalham na empresa. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) já se manifestaram contra a proposta por entenderem que ela fere os direitos nacionais dos trabalhadores. Leia aqui.
Hoje, os jornalistas recebem o mesmo salário de outros trabalhadores com nível superior, mas, com a proposta da Diretoria, eles passariam a ter uma remuneração básica 12% menor. O ataque da empresa pública de comunicação nacional contra seus jornalistas abre margem para as empresas privadas seguirem pelo mesmo caminho. Saiba mais aqui.
Esperamos que o ministro Paulo Pimenta – que deve voltar à Secom nos próximos dias – corrija esse grave erro da direção da EBC. Afinal, a defesa do trabalho da imprensa, que o governo diz respeitar, se restringe à liberdade dos barões da mídia ou se estende também para a classe trabalhadora?
A próxima terça-feira terá uma absoluta paralisação do jornalismo dos veículos públicos – Agência Brasil; TV Brasil; Rádios Nacional, da Amazônia, Alto Solimões e MEC, além da Radioagência Nacional – e também nos estatais Canal Gov, Agência Gov e a Voz do Brasil.