O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo lamenta o falecimento do jornalista Sinval de Itacarambi Leão, por muitos anos associado da entidade.
Nascido na zona rural de Araçatuba, interior de São Paulo, em 23 de fevereiro de 1943 tinha por nome a corruptela da palavra Tupi-guarani Itákurubi (pedregulho, seixos). De formação católica, estudou na ordem de São Bento dos monges beneditinos, conviveu com representantes da teologia da libertação, cursou filosofia na USP, abandonou o monastério e se tornou jornalista. Faleceu em 5 de agosto de 2024 aos 81 anos de insuficiência cardíaca.
Sinval de Itacarambi foi colaborador da ALN carioca integrando sua rede de apoio. Em 1969, ano em que a repressão apertou o cerco contra o grupo, ele trabalhava na Editora Vozes, em Petrópolis – RJ e foi detido em 4 de novembro pelo Cenimar na sequência da prisão dos freis Carlos Alberto Cristo (frei Betto) e Yves dos Amaral Lesbaupin. Torturado e enquadrado na Lei de Segurança Nacional cumpriu pena no Presidio Tiradentes mas acabou sendo absolvido em 1971 “por carência de provas”.
Foi repórter nas revistas Realidade, Visão e Folha de S.Paulo, trabalhou na área publicitária nas agências Lintas e DPZ, depois no marketing da Rede Globo e foi diretor Comercial da Globo Minas. Depois desta passagem pelas grandes empresas de comunicação retorna a São Paulo onde, em parceria com Paulo Markun, Dante Matiussi e Manoel Canabarro, funda a revista Imprensa, importante veículo de debate das questões da categoria, em 1987.
O Sindicato expressa solidariedade aos familiares e amigos do jornalista e homenageia este profissional que deixou sua marca no jornalismo.*
- Parte das informações utilizadas neste texto consta da nota publicada pela revista Imprensa, que pode ser lida na íntegra aqui.
