O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) se solidariza e apoia a greve dos servidores técnico-administrativos da Universidade Estadual de Campinas, que teve início nesta segunda-feira, 28 de agosto.
Os trabalhadores reivindicam, entre outros pontos, a não implementação do ponto eletrônico (processo que está sendo realizado sem nenhum diálogo da Reitoria com o Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp) e a isonomia salarial e de direitos com os trabalhadores da Universidade de São Paulo que realizam as mesmas funções.
Os relatos do sindicato dos trabalhadores da USP, que já implantou o mesmo sistema de controle de ponto eletrônico que a Unicamp pretende impor, indicam que a imposição desse modelo afetou negativamente as tarefas administrativas, científicas e serviços prestados pela universidade, precarizando o trabalho e aumentando as jornadas sem aumento de remuneração ao obrigar a reposição de horas de feriados e recessos escolares, momento onde a universidade se encontra fechada, sob a ameaça de corte de salário. A situação chegou ao ponto de enfermeiros abandonarem procedimentos cirúrgicos por serem obrigados a bater o ponto no fim de seus horários de expediente, além do aumento dos casos de assédio moral, adoecimento e afastamento de trabalhadores.
A Unicamp vai na contramão de outros órgãos públicos, como no funcionalismo federal, onde o Governo anunciou neste mês novas regras onde o ponto eletrônico poderá ser substituído para novas formas de controle do trabalho. Essa medida também não leva em conta os estudos mais recentes sobre organização relações de trabalho, inclusive com pesquisas conduzidas por cientistas da própria universidade.
Já o piso salarial da Unicamp está com mais de R$ 1800 reais abaixo dos colegas da USP que exercem a mesma função no nível superior, sendo que a remuneração dos professores é exatamente a mesma entre as duas instituições.
Nos causa preocupação que a Reitoria da Unicamp se recuse a abrir diálogo com o sindicato representante dos seus trabalhadores ao longo de dois anos. Uma instituição que preza, perante a sociedade, pela defesa do desenvolvimento científico, tecnológico e em defesa dos direitos humanos, não pode agir de forma autoritária e truculenta na imposição de medidas que afetam as relações de trabalho sem abrir sequer negociação com o sindicato. Desta forma a Reitoria da Unicamp acaba indo na mesma direção ao que o governador paulista Tarcísio de Freitas defende para desmontar, desqualificar e retirar direitos do funcionalismo público paulista.
O Sindicato dos Jornalistas manifesta sua solidariedade aos servidores da Unicamp, que legitimamente lutam contra a redução de direitos e demais conquistas, e em defesa de todo o serviço público.
