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Jornalistas denunciam autoritarismo de Aécio em debate no Sindicato

Jornalistas denunciam autoritarismo de Aécio em debate no Sindicato


acio debate

 

Na noite desta quarta-feira (22), aconteceu no auditório Vladimir Herzog do  Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) debate sobre o histórico de censura praticado por Aécio Neves na imprensa mineira, quando governador de Minas Gerais e a ameaça que sua candidatura à presidência representa para a liberdade de expressão e o exercício do jornalismo no país. A atividade, organizada pelo Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé em parceria com o  SJSP, reuniu dezenas de profissionais que atuam em diversos veículos de comunicação.

 

Com mediação do jornalista Altamiro Borges, o evento teve a participação de Kerison Lopes, presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, Beatriz Cerqueira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Educação e da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais e Kiko Nogueira, jornalista do blog Diário do Centro do Mundo.

O presidente do SJSP, José Augusto Camargo, o Guto, abriu os trabalhos e destacou a publicação de editorial denunciando o autoritarismo de Aécio e disse que a perseguição sofrida por jornalistas em Minas também acontece em São Paulo.

“Basta qualquer notícia que eles considerem inadequadas para que o jornalista entre no rol de pessoas perseguidas. Isso acontece também em São Paulo. Não é exclusividade de jornalistas mineiros, mas muito comum nos governo do PSDB”, afirmou Guto.

Guto enalteceu a importância da realização do debate. Em sua opinião, “é necessário debater a função da imprensa como instrumento de comunicação e não como ferramenta de manipulação”.

Onda de censura

Kerison Lopes fez um breve relato do governo Aécio e de seus doze anos de intimidação aos profissionais de comunicação na imprensa mineira. Ele afirmou que os jornalistas mineiros provaram de um período de democracia enquanto Itamar Franco foi governador. “Mas, depois que Aécio e seu grupo político assumiram, veio a primeira onda de censura. Qualquer matéria que desagradasse Aécio, o jornalista era demitido a mando de Andréa Neves (irmã do então governador), independente de se o profissional tivesse alguma tendência de esquerda ou não”, declarou.

Lopes também abordou um fato que considerou lamentável. De acordo com o presidente do sindicato mineiro, “a interferência da família de Aécio Neves era tanta que em Minas ocorria uma autocensura por parte dos jornalistas. “Foi criado um fenômeno muito triste neste período. Gerações de novos jornalistas chegavam às redações domesticados. O desânimo para trabalhar era muito grande. Isso é algo para ser analisado de forma profunda. Um atentado à liberdade de expressão”, disse ao se referir a novos jornalistas que se formavam e já conheciam as regras impostas por Aécio nos grandes veículos de comunicação.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais também falou da libertação que ocorreu no estado com a campanha eleitoral de Fernando Pimentel. Kerison sugere que os jornalistas mineiros se libertaram da perseguição de Aécio com o programa político do candidato do Partido dos Trabalhadores ao governo do estado.

“O povo de Minas estava cego porque nenhuma denúncia de escândalo chegava ao seu conhecimento. Mas esta realidade mudou com o programa eleitoral de Fernando Pimentel. Foi um divisor de águas. Minas se libertou”, afirmou.

Kerison concluiu sua participação afirmando que “se Aécio tivesse tão bem quanto afirma em sua campanha, não teria perdido a eleição com seu candidato ao governo de Minas”.

“Ficamos sabendo das denúncias, pesquisamos e repassamos as informações para colegas de outros estados, assim como era feito no período da ditadura”, disse ao argumentar que tudo que a mídia nacional publicou nos últimos dias já era de conhecimento do povo mineiro.

Kiko Nogueira, do site Diário do Centro do Mundo, abordou a tentativa de Aécio Neves censurar usuários do Twitter. “O processo que Aécio moveu para remover usuários que divulgavam informações contra sua pessoa é uma tentativa de controlar o conteúdo veiculado na web”, disse. Ele também citou um vídeo sobre o helicóptero apreendido pela Polícia Federal no Espírito Santo com meia tonelada de pasta base de cocaína que foi retirado do ar sem explicação, e que indicava a participação de aliados políticos de Aécio (a droga foi apreendida pela Polícia Federal na aeronave pertencente ao deputado estadual Gustavo Perrella, filho do senado Zezé Perrella).

“Aécio não sabe lidar com o contraditório. É fundamental avisarmos quem é este cidadão. Como ele age e como ele não sabe reagir quando é questionado sobre qualquer assunto”, declarou.

Beatriz Cerqueira contou um pouco do que tem vivido nos últimos anos. Segundo Cerqueira, “Aécio Neves é pior do que Fernando Henrique Cardoso, por seu viés autoritário”. “O autoritarismo é a marca Aécio de governar”, declarou.

Segundo informações da presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Educação e da Central Única dos Trabalhadores de Minas Gerais, “o estado de Minas, através de sua organização nos movimentos sociais, preparou uma estratégia fundamental para modificar o cenário político”. E que a vitória do candidato petista ao governo do estado é “uma vitória de todos os mineiros”.

“Minas tem vivido o resultado do choque de gestão de Aécio Neves. Nós, enquanto organização da sociedade civil, temos tentado denunciar os problemas. Para isto, passamos a investir em campanha de mídia alternativa para estimular o esclarecimento de nossas denúncias”, declarou. E concluiu dizendo que “o Brasil ficou sabendo de forma tardia, todas as mazelas que o povo mineiro vem sofrendo em Minas Gerais”.

 

Texto e foto – Cadu Bazilevski

 

Legenda: Guto (ao microfone) abre o debate junto com Kiko, Kerison, Miro e Beatriz.

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