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Resistência à nostalgia ditatorial

Resistência à nostalgia ditatorial


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O início de 2014 foi bastante movimentado para o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP). Em janeiro, aconteceu o plebiscito da Campanha Salarial de Rádio e TV, onde os trabalhadores conquistaram aumento real no piso salarial, apesar de os patrões terem realizado o tradicional jogo duro, apresentando no começo das negociações índices bem abaixo da inflação.

Em fevereiro, o site do Sindicato foi alvo de uma tentativa de invasão por hackers, o que fez com que o portal ficasse por quase três dias fora do ar. Também a página do facebook da entidade foi inundada por dezenas de comentários ofensivos aos jornalistas e a sua entidade de classe. Tudo indica se tratar de mais um lance da “guerra ideológica” travada virtualmente nas redes sociais, que agora também atinge as  páginas do Sindicato dos Jornalistas de SP.
O tom ideológico e conservador das críticas pode ser visto, por exemplo, em mensagens como: “A direita militante esteve adormecida muito tempo, já passou da hora de responder a altura todos os ultrajes da imprensa vendida e manipulada” e  “A junção de duas categorias que são co-responsáveis pelo atraso no Brasil: sindicalistas e jornalistas!”, entre outros vários ataques gratuitos e absurdos.

A defesa da liberdade de imprensa é o maior patrimônio dos jornalistas e exercemos esse dever com a responsabilidade que cabe a dirigentes direta e legitimamente eleitos para representá-los em SP. Assim, por princípios éticos e profissionais não vamos e não podemos nos calar. Denunciamos publicamente essas práticas violentas, gratuitas, orquestradas e desesperadas para honrar nossa história de resistência democrática contra o arbítrio e a memória dos muitos jornalistas que lutaram pela conquista da democracia e da justiça social brasileiras. Não foi em vão que centenas de jornalistas foram torturados ou mortos nos porões da ditadura militar. O assassinato de um dos que se tornaram símbolo da resistência, Vladimir Herzog, foi o estopim para o início do fim do regime militar.
Uma resistência que continua na luta sindical diária para garantir a dignidade profissional e os direitos dos jornalistas. Também por princípio e coerência com a defesa da liberdade de expressão, a direção do Sindicato não retirou as publicações “ameaçadoras” do ar e tampouco respondeu às provocações gratuitas. Mas o SJSP tem o direito de resguardar o Código de Ética dos Jornalistas e tem o direito de excluir mensagens que façam apologia da violência, do arbítrio, do crime ou do incentivo a práticas discriminatórias. Ainda assim, se a situação se agravar e os ataques futuros chegarem a contornos de ilegalidade, o Sindicato não hesitará em recorrer aos meios legais disponíveis para resguardar o patrimônio ético e moral da categoria e da entidade.

Sabemos que ataques aos jornalistas em particular e aos trabalhadores em geral são rotineiros atualmente. O que se assiste ou se lê hoje em vários meios de comunicação privados e mídias controladas por setores conservadores, também articulados nas redes sociais, é uma verdadeira demonstração de ódio contra a classe trabalhadora.
Aos jornalistas, sempre desempenhando importante papel nos destinos do país, resta ampliar a unidade, fortalecer a entidade de classe, trabalhar pela objetividade jornalística, pela liberdade de expressão e pelo patrimônio histórico de resistência contra quaisquer ataques à democracia.
Em defesa dos jornalistas e do bom jornalismo, nada vai nos calar. Muito menos a tentativa de intimidação daqueles que cultivam a nostalgia da opressão e da repressão ditatoriais.

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