O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo entrou em contato na tarde desta quarta-feira, dia 11 de janeiro, com a direção da Central Marília Notícias (CMN) – detentora da Editora Diário-Correio de Marília, Rádio Dirceu AM de Marília e Rádio Diário FM de Marília – para pressionar a empresa a pagar os salários e benefícios dos funcionários afastados no final do ano passado. A empresa deverá dar um posicionamento até a manhã desta quinta-feira (dia 12).
É que em dezembro, a CMN decidiu afastar 13 funcionários, a maioria jornalistas mas, além de não efetuar nenhuma comunicação oficial (de aviso prévio, por exemplo), deixou-os sem nehum vencimento. O Departamento Jurídico do Sindicato foi acionado e deverá defender os profissionais, tratados com absoluto desrespeito pela a empresa. Muitos deles possuiam muitos anos de casa.
Os relatos dos jornalistas são dramáticos. Um dos demitidos faz o seguinte desabafo: “Acabei de chegar do Jornal Diário depois de um chá de cadeira de mais de uma hora eu fui comunicada que não vou receber um real, que é para eu ir atrás dos meus direitos. Sem salário de dezembro, sem FGTS depositado, sem comissão. Nada de cesta básica, me colocaram de férias – mas não pagaram nada – não assinei nada.
O pior: minha carteira de trabalho está lá como eles. Falta de consideração. Trabalhei 12 anos nesta empresa. E agora me tratam como um lixo. Não vou ficar calada, não posso ficar calada. Já estou indo atrás dos meus direitos. Eles têm o direito de comprar a empresa, mas não tem o direito de me tratarem assim”.
Outro demitido da CMN (que pela lei ainda faz parte do corpo de funcionários por não ter sido comunicado da demissão), também está revoltado com a situação: “Os 13 empregados afastados estão sem receber salários, cestas básicas e todos os direitos trabalhistas. Não apareceu oficialmente até agora ninguém para dar satisfação ou honrar compromissos e cumprir legislação, seja qualquer diretor ou representante legal das empresas CMN. Informações desencontradas e enganação dos empregados têm provocado desespero nas famílias dos trabalhadores que nas últimas duas semanas foram diversas vezes ao prédio das empresas e também tentaram ligar para obterem informações e pouco conseguiram”.
E continua: “Nenhum compromisso e dever das empresas e seu representante legal até dia 23 de dezembro foi cumprido até agora. O maior desespero dos funcionários afastados até este momento está na falta do pagamento dos salários e cestas básicas por conta das necessidades essenciais das famílias.Todos já fizeram levantamentos de suas contas de FGTS na Caixa Econômica Federal e estão ainda mais preocupados, pois em alguns casos não há depósitos há mais de cinco anos e estão temerosos”.
O Sindicato considera inadmissível o tratamento desumano que o Grupo CMN tem dispensado aos funcionários “demitidos”, sabe que o não pagamentos de salários é considerado o mais condenável dos crimes pelos juízes do Trabalho e estuda medidas judiciais contra a empresa.