Peça conta no elenco com trabalhadores da Central e fica em cartaz até final de novembro
O grupo teatral Nóis não Usa Black Tie estreiou no dia 1 o espetáculo “Janelas”, em temporada até 30 de novembro no Espaço Cultural Lélia Abramo, na capital paulista. O grupo é formado por dirigentes e trabalhadores/as da base de sindicatos filiados à CUT, além de funcionários da Central, sob direção de Mauro Schames.
Nesta peça, quatro crônicas se sucedem num edifício numa mesma sexta-feira, em histórias cotidianas que se entrelaçam revelando personagens como o da senhora em celebração a um amigo distante; um senhor, um rapaz e os pássaros; o silêncio de um casal distante; o homem com uma valise de roupas, rosas e bolhas de sabão.
Janelas Aborda as relações humanas considerando questões e direitos sociais que dialogam com as bandeiras defendidas pela CUT, explica o diretor. O espetáculo foi concebido a partir de uma criação coletiva e é resultado de um ano de estudos nos quais os atores e atrizes trouxeram fotos, vídeos e livros como referências para aprofundar os debates.
“São instantes nas quais nos deparamos com várias situações, como os dramas e histórias do dia a dia. A concepção teve foco nos estudos sobre os pecados capitais, mas no sentido geral e não no religioso – nos pecados e virtudes que todos temos”, afirma Schames.
No final da peça, haverá 30 minutos para bate-papo com o público. E após a primeira temporada, que termina no final de novembro, a expectativa é levar o espetáculo a outros espaços, nos sindicatos e federações filiados à Central.
Histórico – O grupo Nóis não Usa Black Tie surgiu em 2010, a partir de um curso, realizado numa parceria entre a CUT e o diretor Celso Frateschi, com o objetivo de estimular a prática teatral como instrumento de formação e expressão democráticas.
A estreia foi em 2011, no Teatro Ágora, com a peça Esse é seu Problema, baseada nas obras do ativista político inglês Harold Pinter (1930-2008). Também diretor, poeta e roteirista, foi Nobel de Literatura em 2005 e é um dos dramaturgos do chamado Teatro do Absurdo – ao lado de nomes como o do irlandês Samuel Beckett (1906-1989) e o russo Arthur Adamov (1908 –1970), cujas criações, surgidas pós-Segunda Guerra, são marcadas pela solidão, desolação e incomunicabilidade do homem moderno.
SERVIÇO
Janelas
1 a 30 de novembro
Sextas e sábados, às 20h
Espaço Cultural Lélia Abramo
Rua Carlos Sampaio, 305 – Bela Vista – São Paulo – SP (próximo ao Metrô Brigadeiro)
Entrada franca
Duração: 50 minutos
FICHA TÉCNICA
Direção: Mauro Schames.
Elenco: Nilza de Oliveira, Marcos Amaral, Carolina Maluf, Danielle Agostinho, Mario Ladosky, Marcio Ladeia, Sergio Santos, Wagner Ferreira e Weba Pinheiro
Cenografia e figurino: Clau Carmo. Iluminação: Karine Spuri. Sonoplastia: Mauro Schames
Design Gráfico: Séfora Rios. Fotografia: Ligia Jardim. Vídeo: Marcelo Poveda
Apoio: CUT Nacional, CUT São Paulo, CNTSS, FEM, SINDSEP-SP, APCEF, AFUBESP, SINDPETRO-SP, SINDGASISTA, SINDSAÚDE-SP e Bom Samaritano.
Texto: Flaviana Serafim – CUT-SP