Desde que foi chamada a greve nacional da educação para este 15 de maio de 2019, eu como jornalista, comecei a acompanhar os movimentos para apurar onde seria e como seria a mobilização em defesa da educação e por uma previdência pública e solidária pelo país.
Dia após dia acompanhei o crescimento da adesão à greve e já sabia o quanto seria grande, mas ainda me surpreendi.Foi muito maior do que tinha imaginado.
Ontem ao ir à Paulista, ainda no metrô, fui olhando tudo ao meu redor para ver qual era o perfil do público para eu escrever depois. Teve mãe, pai, criança, jovem, adolescente, militantes, professores, universitários, entre uma multidão de profissionais dos mais variados setores descendo no Trianon-Masp para lutar por direitos.
Eu só ouvia uns “to indo para manifestação”, “olha quanta gente na greve”, “o Brasil tem que parar”. Uma esperança surgiu e já cheguei no vão livre do Masp emocionada.
Foi muito difícil chegar perto do caminhão de som, trombei com muita gente, ninguém conhecido. Não, não era só militantes que estavam lá. Mas Bolsonaro tinha razão. Eu só não sei quem era mais idiota, nós que estávamos lá para lutar pela educação e por uma aposentadoria digna que ou o Senhor que estava no Texas sem ser convidado.
Bolsonaro não acreditou na capacidade da mobilização do povo e ainda teve coragem de dizer que quem estava na rua eram idiotas e massa de manobra. O povo não é bobo, Bolsonaro.
Só na Paulista eram mais de 300 mil e em todo país um milhão de pessoas disseram não ao corte de verbas para educação e contra a reforma da Previdência. Não aceitaremos nenhum direito a menos.
O povo na rua ouvia atentamente os discursos. A cada fala no caminhão o povo vibrava, fazia tempo que não via isso. Começou a chover e fazer um frio, mas a resistência estava ali. Eu estava atenta a cada palavra, porque precisava expressar no meu texto tudo que estava vendo ali. Com a emoção a flor da pele, caiu uma lágrima no meu rosto. Lágrima de esperança, de felicidade, de ver que ainda tem gente que sabe brigar pelo que tem direito.
O jornalismo me fez acreditar num mundo melhor e mais justo. E tenho muito orgulho de fazer parte da luta.
Agora não vamos parar mais. Na greve geral da classe trabalhadora, no dia 14 de Junho, os idiotas estarão lá outra vez presidente.
Vamos reforçar o recado para você e os parlamentares que direito não se tira, se amplia. Queremos verba para a educação e a retirada imediata da proposta de reforma da Previdência de Bolsonaro do Congresso Nacional.
Somos milhões e seremos ainda maiores no dia 14. Rumo à greve geral.