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Jornalistas vão às ruas para relembrar os 50 anos do golpe

Jornalistas vão às ruas para relembrar os 50 anos do golpe


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A direção do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), mantendo sua tradição de luta pela Democracia, não poderia deixar de se posicionar neste momento em que a sociedade brasileira relembra no dia 31 de março os 50 anos do golpe civil-militar que jogou o país em longo período de trevas.

A triste herança dos anos de chumbo está sendo, aos poucos, conhecida pelo público, principalmente pelas gerações mais novas que sequer haviam nascido ou, devido a pouca idade, não guardam referências deste período.

Neste aspecto, a Comissão da Verdade, incluindo as da Fenaj e Sindicatos, entre outras entidades, têm cumprido importante papel e devem, neste ano, continuar e aprofundar suas pesquisas. Lançar luz sobre o período ditatorial é essencial, mas é preciso lutar pela punição dos crimes da ditadura e deixar claro o papel que setores civis da sociedade desempenharam na ditadura. Assim como ocorreu em 1964, hoje também é preciso elucidar qual é o papel da imprensa e sua influência sobre o quadro político e, principalmente, qual a posição dos jornalistas neste contexto.

Os jornalistas, mais do que outra categoria de trabalhadores brasileiros, foram fundamentais para o processo de democratização do país e vários deles, se não acabaram assassinados, foram torturados nos porões da ditadura. Centenas deles foram presos por desafiar o regime de intolerância a que os militares submeteram o país, com o apoio irrestrito de setores da sociedade civil, como os grandes empresários (inclusive os de Comunicação), os latifundiários, e setores conservadores da Igreja, com uma logística comandada pelos EUA.

Apesar do apoio das grandes empresas de comunicação, elas mesmas puderam provar do próprio veneno de apoio ao golpe: muitas delas foram submetidas à censura prévia. Só saia publicado o que os censores militares autorizavam. Os jornalistas que ousaram subverter esta ordem, foram presos, torturados e alguns assassinados. A censura foi uma nódoa que manchou a liberdade de imprensa e de expressão.

É para reverenciar o jornalista Vladimir Herzog – cuja morte desencadeou o processo de mobilização pública pela redemocratização, transformando-se em símbolo da resistência à ditadura – e outros dezenas de colegas de profissão que tombaram pela Democracia que o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, em várias cidades, irá às ruas no dia 31 de março, junto com outras entidades sindicais e da sociedade civil.

Para que não se esqueça e que nunca mais aconteça!

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