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O voluntarismo e a organização sindical – a opinião do SJSP

O voluntarismo e a organização sindical - a opinião do SJSP


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O fim da exigência do diploma em jornalismo e a excessiva pejotização  – contratação de profissionais por nota fiscal de Pessoa Jurídica – criaram,  para alguns jornalistas, a falsa sensação de poder e de autonomia para assegurar direitos e avançar nas conquistas de forma isolada e independente. 

Pior: as decisões são tomadas sem a necessária união de classe e sem o reconhecimento de que a representação coletiva, legal e legítima, é do sindicato da categoria.

Vários jornalistas deixaram de participar da entidade sindical porque passaram a acreditar na lenda de que não são mais trabalhadores, mas sim “empreendedores” inseridos em relações de trabalho “modernas” e globalizadas.

Assim, reforçam facilmente o discurso neoliberal patronal que induz muitos trabalhadores a acreditar que podem levar a vida profissional sem a mínima identificação com os colegas de trabalho e prescindindo da ideia de categoria e da consciência de classe.
Em alguns casos, infelizmente, chegam ao extremo questionável de tentar resolver conflitos coletivos à revelia do Sindicato, para tranquilidade e alívio do patrão. O resultado, invariavelmente, tem levado ao fracasso na luta.

Tudo porque essas atitudes isoladas não se sustentam e enfraquecem qualquer movimento.  A situação fica fora de controle e fragiliza esses jornalistas que passam a sentir na  pele os resultados dos ataques patronais. Vêm então as demissões, as quebras de contrato, o atraso no pagamento dos salários, agora chamados de “vencimentos de PJ”.

Sentem também as consequências de um mercado de trabalho intencionalmente desregulado para que não tenham nenhuma salvaguarda e possam ser descartados como peças usadas, sem nenhuma consideração e sem quaisquer direitos ou benefícios pelos anos de serviços prestados.

Os últimos episódios que envolvem demissões, inclusive de PJs,  provam que estamos diante de patrões que se aproveitam dessa falta de consciência de classe profissional.
Mais do que nunca, esses fatos demonstram que os jornalistas precisam de organização e união em torno do Sindicato, que é referência legal e legítima, ponto de apoio da categoria na resistência contra os ataques e os abusos patronais.

Prova disso são as várias batalhas recentes travadas coletivamente em momentos de enfrentamento, como a união dos jornalistas dos extintos Jornal da Tarde e  Marca que, diante do fechamento definitivo das publicações, procuraram o Sindicato. O resultado dessa união arrancou vitórias, não somente na Justiça, como também na conquista de direitos trabalhistas negociados com as empresas.

A luta sindical organizada também está acontecendo no interior e litoral, junto com os jornalistas da Rede Anhanguera de Comunicação (RAC) em Campinas, de A Tribuna em Santos, de O Vale e do Bom Dia em São José dos Campos. Em todas essas empresas, se há problemas administrativos e financeiros, certamente a responsabilidade não é dos jornalistas, que continuam a realizar seu trabalho com empenho e dedicação, apesar das condições nem sempre adequadas ou, às vezes, em situações absolutamente precárias.

É fato que a luta dos trabalhadores pela garantia de direitos não chegou ao fim, nem para os contratados legalmente, com registro em Carteira de Trabalho, muito menos para os PJs. As relações de trabalho conflituosas estão sempre presentes, independentemente da forma de contrato legalizado ou de “prestação” de serviço.
Na verdade, como qualquer trabalhador do mundo, jornalistas não  são “colaboradores” da empresa. São trabalhadores assalariados, por mais que os patrões queiram escamotear essa realidade.

Por tudo isso, é importante que os trabalhadores se sindicalizem, fortalecendo nossa organização sindical e priorizando a luta coletiva sempre que seus direitos forem atacados. Somos todos jornalistas e o apoio do Sindicato é fundamental para dar densidade à luta para garantir direitos e ampliar conquistas.

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