Logo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo
Logo do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo
Logo da Federação Internacional de Jornalistas
Logo da Central Única dos Trabalhadores
Logo da Federação Nacional de Jornalistas

1º Encontro Nacional de Mulheres Jornalistas reúne profissionais de todas as regiões e aprova resoluções pela equidade de gênero e segurança no trabalho

Redação - FENAJ

Em um marco histórico para o jornalismo brasileiro, o 1º Encontro Nacional de Mulheres Jornalistas (EMJor) da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) reuniu, presencial e remotamente, 140 mulheres de todas as regiões do país e também da América Latina e do Caribe. O evento, realizado em São Paulo, abordou as principais questões enfrentadas pelas mulheres na profissão e aprovou resoluções voltadas para a construção de um ambiente de trabalho mais seguro, equitativo e respeitoso.

Durante o encontro, as jornalistas participaram de três painéis que detalharam dados e experiências sobre as desigualdades de gênero, preconceito, violência e também a construção de um jornalismo mais pautado na diversidade de gênero, raça e classe. O evento contou com a colaboração de representantes de 16 estados brasileiros e de 12 países da América Latina e Caribe (Argentina, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Equador, Haiti, México, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana e Uruguai).

Um dos temas centrais foi a disparidade nos cargos de liderança: apesar de serem maioria no jornalismo brasileiro (57,8%), as mulheres ainda representam apenas 23% das posições de liderança nos principais meios de comunicação do país. Questões como a desigualdade salarial também foram abordadas: de acordo com dados recentes, a média salarial das mulheres no jornalismo é inferior à dos homens, com uma diferença de aproximadamente R$ 340, destacando a necessidade urgente de medidas para combater essa disparidade.

Entre as principais resoluções do encontro, destaca-se a criação de um Protocolo de Prevenção e Ação contra a Discriminação, Assédio e Violência no Trabalho Jornalístico. Este protocolo visa criar diretrizes para combater o machismo e a misoginia dentro das redações e assessorias de imprensa, além de garantir a segurança e o respeito no exercício da profissão. O grupo também discutiu a implementação de políticas voltadas especificamente para mulheres, defendendo o acesso a creches públicas, liberdade de expressão na escolha de vestimentas e o combate ao etarismo, práticas essenciais para que as mulheres possam exercer suas funções sem serem limitadas por questões de gênero.

Outras resoluções incluem a formação de um grupo de trabalho nacional, que dará continuidade às ações e propostas levantadas durante o encontro. A iniciativa visa fortalecer as entidades sindicais com políticas de recorte de gênero e estimular a criação de comissões de mulheres em sindicatos, consolidando uma base de apoio para as jornalistas em suas lutas diárias.

Condições dignas para todas

A presidenta da FENAJ, Samira de Castro (foto), destacou a importância desse encontro: “Esse evento é um marco para a categoria e para a luta das mulheres no jornalismo. Pela primeira vez, conseguimos reunir tantas vozes com uma pauta focada em igualdade, segurança e respeito. Precisamos avançar para que a maioria feminina nas redações se reflita em lideranças e em condições dignas para todas.”

Carta de São Paulo, documento final do encontro, sintetiza as demandas do grupo, reafirmando a importância de igualdade de oportunidades e da segurança para todas as jornalistas. A carta conclui com um chamado inspirador e coletivo: “Lute como uma jornalista!”, reforçando a determinação das participantes em transformar o jornalismo em um campo justo e seguro para todas as mulheres.

Acesse o documento final do evento AQUI

veja também

relacionadas

mais lidas

Pular para o conteúdo