O Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) e o Sindicato dos Radialistas realizaram no último dia 22 uma assembleia com os trabalhadores da TVT, a direção da fundação e as entidades mantenedoras para debater a atual situação financeira da emissora, reivindicar informações e estabelecer um compromisso de diálogo permanente com comunicação prévia em caso de novas demissões, que vêm ocorrendo sistematicamente desde fevereiro.
A reunião, reivindicada pelo conjunto de trabalhadores da emissora, abordou a situação financeira pela qual a TVT passa, e a direção se comprometeu a responder uma série de questionamentos dos funcionários que entregaram uma carta de reivindicações (confira a íntegra do documento abaixo).
Fruto de um antigo projeto do movimento sindical, a TVT é sustentada por três entidades (APEOESP, Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e Sindicato dos Bancários de São Paulo e Região) que passam por um momento financeiro difícil devido aos constantes ataques às organizações sindicais e sustentação financeira das entidades desde 2016, tanto pelo governo Temer com a reforma trabalhista, quanto por Bolsonaro com a MP 873.
Ciente dessas dificuldades, o Sindicato dos Jornalistas SP e o Sindicato dos Radialistas realizaram assembleias onde os funcionários da fundação apresentaram suas insatisfações. Dessas reuniões foi criada uma carta com as reivindicações dos jornalistas e radialistas direcionada aos sindicatos mantenedores para exigir o compromisso de diálogo permanente para que haja transparência na negociação em caso de novas demissões.
Desde fevereiro, quando os Sindicatos fecharam o Acordo Coletivo de Trabalho garantindo reajuste salarial e a manutenção dos direitos, as demissões têm sido constantes, precarizando as condições de trabalho e gerando descontentamento entre os trabalhadores.
Carta
À Fundação Sociedade Comunicação, Cultura e Trabalho; Ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC; Ao Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região; E à APEOESP – Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo,
Em assembleia realizada na quinta-feira, dia 9 de maio, as trabalhadoras e os trabalhadores na Fundação Sociedade Comunicação, Cultura e Trabalho decidiram, por unanimidade, reivindicar uma reunião com a direção da Fundação e dos sindicatos dos Metalúrgicos do ABC, dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, e APEOESP.
O objetivo desta reunião é abrir um diálogo franco entre os mantenedores, funcionários, e as direções dos sindicatos dos trabalhadores sobre a situação financeira e o futuro da Fundação e de seus funcionários. Entre os questionamentos que nos inquietam estão:
– Qual projeto a Fundação tem para a TVT implementando essa precarização?
– Qual a perspectiva para o futuro da TVT? Pretendem manter o projeto?
– Quais seriam as formas mais eficientes de manter o projeto?
– Mais demissões estão programadas? Qual a perspectiva para os próximos meses?
– Qual é o atual cenário de cada setor e o que está programado?
– Há possibilidade de remanejar profissionais para outros cargos a fim de evitar outras demissões? Esse remanejamento pode ser eletivo após candidatura de voluntários?
– Há possibilidade de abrir um programa de demissão voluntária, entre outros assuntos pertinentes?
Assim, o Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo, o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Radiodifusão e Televisão no Estado de São Paulo, as trabalhadoras e trabalhadores reivindicam uma reunião aberta até sexta-feira, dia 17 de maio. Até lá, pedimos garantias para que ninguém seja demitido.
Atenciosamente,
Trabalhadoras e trabalhadores da TVT.
São Bernardo do Campo, 13 de maio de 2019