O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) manifesta publicamente seu apoio e solidariedade às trabalhadoras e trabalhadores da Sabesp, Metrô e CPTM que estão mobilizados e resistem ao projeto de destruição do serviço público intensificado pelo governador bolsonarista Tarcísio de Freitas.
A greve, aprovada em assembleias das categorias que estão na mira da privatização do governo estadual, é uma ferramenta justa e correta para alertar toda a população sobre o que está em jogo. O projeto de Tarcísio de leiloar à iniciativa privada equipamentos públicos essenciais, como aqueles relacionados à gestão da água e à mobilidade urbana e interurbana, não trará benefícios ao povo paulista e nem representará “eficiência na gestão”.
No Brasil e no mundo, é notório o desastre das experiências de privatização dos serviços de saneamento e de água. Pesquisas comprovam que empresas estatais que foram privatizadas são aquelas que obrigam a população a pagar as taxas mais altas de água, em comparação aos serviços públicos. Atualmente, cidades europeias de grande porte (como Berlim e Paris), além de dezenas de municípios nos Estados Unidos e no Reino Unido, já reestatizaram o serviço ao constatar a ineficiência do setor privado na gestão deste bem essencial.
Em relação à mobilidade, podemos citar a própria experiência paulista: as linhas do Metrô e da CPTM concedidas a empresas privadas são aquelas que mais apresentam falhas operacionais e prejudicam os passageiros de modo recorrente.
É por todos esses motivos que devemos nos somar à luta contra a destruição de um patrimônio que pertence a toda a população de São Paulo. No caso de nossa categoria, continuamos a denunciar o ataque sistemático do governo paulista à comunicação pública, notadamente com a destruição da Imprensa Oficial e o sucateamento da Fundação Padre Anchieta, mantenedora da Rádio e da TV Cultura.
Jornalistas que trabalham em outros órgãos públicos, como as universidades paulistas, também sofrem com a política de congelamento das contratações. Nos somamos à luta dos profissionais da Unicamp e da Unesp e apoiamos a ampla mobilização de estudantes, professores(as) e funcionários(as) da USP em defesa do ensino superior público, gratuito e de qualidade.
Como categoria, temos a missão de favorecer a livre circulação de informações para a sociedade, dar voz às entidades sindicais e movimentos sociais que lutam contra as privatizações, além de auxiliar a população paulista a saber todos os riscos do avanço do desmonte do serviço público do estado.