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Temer terceiriza pressão para aprovar reforma da Previdência

Temer terceiriza pressão para aprovar reforma da Previdência

Na sexta (2), Temer se reuniu com líderes empresariais para falar da reforma da Previdência. Foto: Valter Campanato/Agência BrasilO golpista e ilegítimo Michel Temer (MDB-SP) pediu socorro aos empresários para conseguir aprovar a reforma da Previdência ainda no primeiro semestre deste ano. Ele repassou uma lista com quase 90 deputados indecisos que deverão ser pressionados pelos representantes do mercado a votar a favor da medida.

Temer se apropriou da estratégia usada com sucesso pelo movimento sindical brasileiro para pressionar parlamentares e impedir a aprovação de mais esse retrocesso. A ação começou desde que a proposta de reforma foi anunciada e popularizou o lema “Se votar, não volta”, uma referência à eleição deste ano, quando muitos deputados brigarão para se reeleger. 

O novo texto do projeto de reforma da Previdência está previsto para entrar na pauta de votação da Câmara dos Deputados a partir do dia 19 de fevereiro. A estratégia de Temer, revelada pela agência 'pró-mercado' Reuters, demonstra, mais uma vez, que o governo golpista e seus aliados no Congresso Nacional estão pouco se importando com a vontade e a opinião da maioria da população brasileira.

“Eles representam apenas a si mesmos, seus patrocinadores e investidores do mercado financeiro internacional. Querem acabar com a Previdência pública e privatizar nossas aposentadorias”, diz o presidente da CUT, Vagner Freitas.

Para Vagner, ao copiar a estratégia que deu certo no movimento sindical e impediu a aprovação da reforma da Previdência no ano passado, o governo parte para mais uma ofensiva de um verdadeiro esquema de guerra que foi montado pelo Palácio do Planalto para tentar forçar de qualquer jeito a aprovação da impopular reforma.

“O governo ainda não tem os votos suficientes. Isso é resultado do trabalho intenso e exitoso feito por nossos sindicatos que fizeram atos nos aeroportos e pressão nas bases eleitorais dos deputados, além da greve geral de 28 de abril, a maior da história”, diz o presidente da CUT.

“Nossa ação sindical barrou até agora a aprovação dessa medida, que não é uma reforma, é o fim da aposentadoria para milhões de trabalhadores e trabalhadoras. E os deputados sabem que quem aprovar não volta para Brasília”.

O cálculo no Planalto hoje é de que 270 deputados estariam dispostos a votar pela reforma. Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o governo ainda precisa convencer ao menos 38 parlamentares para alcançar a exigência mínima de 308 votos do total de 513 deputados. Se considerar a margem de segurança do governo – entre 320 e 330 deputados a favor da reforma -, a meta está ainda mais distante.

O secretário-geral da CUT, Sergio Nobre, denuncia que o ilegítimo Temer, de forma descarada, vem gastando milhões dos cofres públicos com publicidade para mentir ao povo e reduzir a rejeição a essa proposta nefasta, que inviabiliza a aposentadoria e retira direitos de toda a classe trabalhadora.

“Agora, ele terceiriza a pressão e manda o recado para os empresários pressionarem os deputados que não decidiram seus votos. É um abuso”, critica Sergio.

Mais pressão para barrar a reforma 
Para o secretário-geral da CUT, o momento é de aumentar ainda mais a pressão sobre os deputados para impedir que eles votem e aprovem a reforma da Previdência.

“Esse tipo de ação do governo faz do dia 19 de fevereiro, Dia Nacional de Luta, com greves, paralisações, atos e assembleias, uma data ainda mais importante para derrubarmos essa proposta”, enfatiza Sérgio.

Ele explica que a CUT já encaminhou orientação a sua base pela aprovação do estado de greve. “Estamos intensificando os debates sobre os impactos da proposta e aumentando a pressão sobre os deputados, especialmente nos bairros onde moram, nas casas e junto aos vizinhos”, diz. 

“Nós vamos para a guerra no momento em que eles puserem para votar. Enquanto isso, temos de pressionar. Pressão total”, enfatiza Sérgio, convocando os trabalhadores e trabalhadoras a mandar mensagens aos deputados e dar o recado: “quem votar pelo desmonte da aposentadoria, não volta nas eleições de outubro deste ano”.

> Confira aqui as orientações da Central sobre o Dia Nacional de Lutas

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