As tarifas de ônibus, metrô e trens de São Paulo vão ser reajustadas à zero hora do próximo domingo (7) de R$ 3,80 para R$ 4. O aumento é defendido pelas gestões do prefeito da capital paulista, João Doria, e do governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), como sendo “algo necessário e abaixo da inflação”. O índice aplicado é de 5,26%, quando a inflação acumulada desde o último reajuste, em janeiro de 2016, foi de 8,36%, segundo o IPC-Fipe. No entanto, o valor das integrações entre os modais, que já foi reajustado em 2017, acumula um percentual bem mais expressivo: 17,4%.
Isso ocorre porque Doria e Alckmin mantiveram a tarifa congelada em R$ 3,80, em 2017, mas aumentaram o valor das integrações de R$ 5,92 para R$ 6,80, em abril. Um aumento de 15%. Agora, junto com o reajuste da tarifa comum, a integração vai subir de novo, para R$ 6,96. Totalizando um aumento de 17,4%, mais que o dobro da inflação, em apenas oito meses.
Naquele processo, também houve reajuste nos bilhetes temporais. O Bilhete Único comum 24 horas aumentou de R$ 10 para R$ 15; o 24 horas integrado de R$ 16 para R$ 20; o Bilhete Único mensal comum foi de R$ 140 para R$ 190; e o bilhete mensal integrado aumentou de R$ 260 para R$ 300. Agora os novos valores serão de R$ 15,30; R$ 20,50; R$ 194,30; e R$ 307, respectivamente.
Ainda assim, os valores devem ficar abaixo do avaliado como necessário para cobrir os custos do transporte coletivo da capital, já que chegou a ser estimada uma tarifa de R$ 4,40. O valor orçado para o subsídio do custo do sistema, em 2018, também ficou abaixo do que seria necessário. Doria encaminhou orçamento à Câmara Municipal indicando R$ 2,3 bilhões. Os vereadores aprovaram R$ 2,1 bilhões. Mas o custo deste ano foi de quase R$ 3 bilhões. O que deve demandar novos remanejamentos de verbas para cobrir o rombo, como ocorreu este ano.
Além disso, no próximo ano deve ocorrer a nova licitação do Sistema de Transporte Coletivo por Ônibus na capital paulista. Porém, organizações que analisaram o edital concluíram que muito pouco vai mudar na qualidade do serviço prestado à população ou nos custos do sistema de acordo com o texto proposto pela gestão Doria.
O Movimento Passe Livre (MPL) está convocando uma manifestação contra o aumento das tarifas para a próxima quinta-feira (11), às 17h, com concentração em frente ao Teatro Municipal. “Enquanto o governador e o prefeito se importam somente com o lucro dos seus amigos empresários, a cada vez que a tarifa sobe, aumenta o número de pessoas excluídas do transporte coletivo”, diz o movimento na convocatória.