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Sindicato dos Jornalistas e Fenaj repudiam ataque letal a lideranças do MST em Tremembé, e manifestam total solidariedade às famílias do Assentamento Olga Benário

Redação - SJSP

O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), consternados, manifestam total solidariedade com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e repudiam o brutal ataque sofrido pelo Assentamento Olga Benário, em Tremembé (SP), na noite da última sexta-feira (10/1), quando dez criminosos,  utilizando carros e motocicletas, invadiram o local e atiraram covardemente contra os assentados, que não tinham como se defender.

O ataque ao assentamento resultou em seis pessoas feridas, que estão hospitalizadas, e duas vítimas fatais: Valdir do Nascimento, 52 anos, liderança histórica dos trabalhadores sem-terra, e Gleison Barbosa de Carvalho, 28 anos. SJSP e Fenaj solidarizam-se com as famílias de Valdir e Gleison e com as demais vítimas e suas famílias. O episódio evidencia a intensidade dos conflitos fundiários no Estado de São Paulo, bem como o cenário de insegurança enfrentado pela população que luta por reforma agrária.

A área do Assentamento Olga Benário é alvo de disputa com interesses imobiliários do turismo de lazer, em razão da sua localização no Vale do Paraíba. “Há anos, as famílias vêm sofrendo ameaças constantes, mesmo após diversas denúncias feitas a órgãos estaduais e federais, que seguem sem uma resposta efetiva para garantir a segurança e a permanência dessas famílias no território”, afirmou, em nota, o MST.

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) também se manifestou em solidariedade, expressando profunda tristeza e revolta com o ataque e pedindo providências das autoridades estaduais e federais. A nota da central lembra que o Assentamento Olga Benário é regularizado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) há mais de 20 anos. “A CUT São Paulo presta solidariedade às famílias das vítimas, aos moradores do assentamento e a todos os militantes do MST. Reiteramos nosso compromisso com a defesa da democracia, da justiça social e da reforma agrária, pilares fundamentais para a construção de um país que respeite e valorize a classe trabalhadora”, destaca.

Apesar de suas particularidades, o ataque aos assentados de Tremembé é mais um entre inúmeros episódios de violência praticada contra os segmentos mais pobres e periféricos da população. Desde que se iniciou o governo Tarcísio de Freitas-Felício Ramuth, as forças de segurança têm exacerbado o Terrorismo de Estado. Somente no período de janeiro a setembro de 2024, a Polícia Militar (principalmente) e a Polícia Civil de São Paulo assassinaram 580 pessoas, um número superior ao total de vítimas em 2023. Essa linha política do governo estadual, que frequentemente normaliza e até incentiva a violência, alimenta um ciclo de impunidade e de “vale tudo” que pode encorajar grupos extremistas e organizações criminosas.

O SJSP e a Fenaj somam-se às cobranças por investigação rigorosa dos crimes cometidos em Tremembé, para que executores e eventuais mandantes sejam identificados e responsabilizados na forma da lei, e cobra providências imediatas do governador Tarcísio de Freitas e do Governo Federal para garantir a segurança das famílias do Assentamento Olga Benário e de outros territórios em situação semelhante.

O direito à terra é legítimo e previsto na Constituição Federal. Portanto, toda perseguição ao movimento social e toda criminalização de suas lutas pela terra e pela reforma agrária devem ser objeto de repúdio. A reforma agrária é fundamental para a construção de um país mais justo, com o fortalecimento da agricultura familiar, a garantia de alimentos de qualidade na mesa de todos e a melhoria nas condições de vida dos trabalhadores rurais e urbanos.

No final de 2024, o MST cobrou os compromissos com uma reforma agrária popular assumidos pelo governo Lula. “Queremos e esperamos que o governo Lula possa, tanto no plano de emergência como ao longo dos quatro anos, tomar medidas de políticas públicas para enfrentar e resolver essa nova missão de transformar a agricultura brasileira numa fonte de alimentos saudáveis, de geração de emprego e de vida boa no campo”, disse o movimento, em nota.

SJSP e Fenaj esperam que o Governo Federal, que após o ataque imediatamente deslocou dois ministros para Tremembé e determinou à Polícia Federal que investigue o caso, continue a acompanhar atentamente os acontecimentos e seja coerente com o projeto eleitoral, vitorioso nas urnas, de avanço nas políticas públicas sociais.

A democratização da terra e a paz no campo são bandeiras indispensáveis à superação de um dos principais entraves à emancipação do povo brasileiro.

São Paulo, 14 de janeiro de 2025

SJSP

Fenaj

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