Sindicalistas de diversos países do mundo, entre eles, Hugo Yasky’s, da Argentina, Ismael Drullet, de Cuba, Eulogia Juliana, da República Dominicana, e Sérgio Bassoli, da Itália, fizeram questão de falar sobre a solidariedade ao ex-presidente Lula e os atos e manifestações que realizam em todo o mundo exigindo a soltura imediata do “companheiro” Lula, em reunião com lideranças do PT nesta segunda-feira (7), na Praia Grande, onde acontece o 13º Congresso Nacional da CUT.
A presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, e os ex-ministros Celso Amorim (Relações Exteriores) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) agradeceram a solidariedade e afirmaram que as manifestações são extremamente importantes para manter viva a luta para provar a inocência de Lula e conseguir sua liberdade.
Gleisi afirmou que o apoio internacional tem sido importante também para o ex-presidente seguir lutando e resistindo a todos os golpes que tentam dar contra ele. “Lula não aceitou o regime semiaberto e as condições que lhes foram impostas”, disse a presidenta do PT se referindo a progressão de pena, com uso de tornozeleira, solicitada pelo Ministério Público de Curitiba.
“A decisão do presidente foi uma decisão política, assim como político foi o processo contra ele. Lula quer chamar a atenção do mundo para o que está acontecendo no Brasil”, explicou Gleisi.
A presidenta do PT falou ainda aos sindicalistas internacionais sobre os escândalos da Vaza Jato, série de reportagens baseadas em mensagens trocadas pelo ex-juiz Sérgio Moro e procuradores por meio do Telegram, que mostram a parcialidade e a conduta ilegal de Moro e dos procuradores da Lava Jato que estão sendo publicadas site The Intercept Brasil, Folha de S. Paulo e Veja, entre outros meios de comunicação.
“Não é um processo fácil, mas temos certeza que vamos vencer. Lula sabe da solidariedade de vocês”, disse a presidenta do PT.
Gilberto Carvalho concordou com Gleisi e ressaltou a importância deste apoio para a liberdade de Lula e expressou gratidão pelos atos e mobilizações realizadas em vários países. “Devemos dizer que o apoio internacional é decisivo”, agradeceu.
Os sindicalistas internacionais vão se debruçar durante os quatro dias de Congresso da CUT sobre temas como o futuro do sindicalismo frente aos avanços das novas tecnologias, desregulamentação e precarização do trabalho e alternativas de organização dos trabalhadores.
Democracia em perigo
No encontro com os sindicalistas internacionais, o ex-ministro das Relações Exteriores Celso Amorim falou da situação do Brasil no cenário internacional. Para ele, há um retrocesso na democracia brasileira e nos direitos dos trabalhadores, “o que não se via desde a ditadura”.
“É uma obsessão (do Bolsonaro) pela esquerda, assim como o presidente Donald Trump. O que aconteceu com o Brasil?, indagou Amorim, se referindo à capa da revista The Economist.
“[Bolsonaro] trabalha para o sistema financeiro e o capitalismo. Ideologia claramente de direita, com falas racistas, sexistas e machistas”, finaliza.