No próximo sábado, 8 de fevereiro, com concentração às 8h no Largo São Bento, no centro de Sorocaba, o Conselho Municipal de Direitos da Mulher, junto com diversas entidades e movimentos, inclusive a Regional Sorocaba do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP), farão um ato contra o feminicídio, que, infelizmente, ceifa a vida de milhares de mulheres no Brasil e mundo afora.
O ato que irá acontecer a partir das 10h na Praça Cel. Fernando Prestes é inspirado nas mulheres chilenas que, por meio da música e de uma coreografia, provocam a reflexão sobre as condições em que as mulheres são submetidas nesta sociedade ainda machista, ainda racista, ainda opressora.
“E a culpa não era minha, nem onde estava, nem o que vestia. O estuprador és tu!” O Estado opressor é o macho estuprador”. São alguns trechos fortes da canção que está ecoando em todo o mundo contra o feminicídio.
“Nós, mulheres, somos a maioria na categoria dos jornalistas e, como as demais mulheres, sofremos muito com a violência. No caso específico da nossa categoria, por mais que não tenhamos registros formais, é sabido que sofremos muito com o assédio moral e sexual nos locais de trabalho e no exercício da nossa profissão. Fato que faz o Sindicato dos Jornalistas manter campanha permanente contra o assédio”, explica a diretora da Regional Sorocaba Fabiana Caramez.
Números da violência
A cada quatro minutos uma mulher é agredida no Brasil por um homem. Esse dado assustador é do Ministério da Saúde e engloba violência física, sexual, psicológica e outros tipos em que a vítima sobrevive às agressões. O número de mortes de mulheres por feminicídio também é alto, a cada ano, quase cinco mil mulheres são assassinadas por homens que muitas vezes são seus maridos, namorados ou ex-companheiros.
Em Sorocaba, só em 2019, 189 mulheres foram estupradas, sendo que dessas 150 eram vulneráveis (crianças e mulheres acamadas ou com algum distúrbio psicológico). E esse número do Mapa da Violência pode ser muito maior, visto que muitas mulheres ainda têm medo de denunciar.
De acordo com dados da Vara de Violência Doméstica, em 2019 a comarca de Sorocaba recebeu 2.089 denúncias de violência contra mulheres, um aumento de 118% em relação ao ano de 2018.
Feminismo
O feminismo traz a abordagem do fim da violência, pelo respeito ao corpo e à voz da mulher, pela integridade física e mental e mostra como a sociedade patriarcal transforma violadores em vítimas e as vítimas reais em culpadas.
Não é a roupa, não é o lugar. O estuprador és tu! Os juízes, o Estado, o presidente, que liberam o opressor e culpabilizam a mulher estuprada.
O ato em Sorocaba também marcará também o repúdio ao genocídio dos jovens negros, em Sorocaba e no país todo. É preciso dizer basta!
Participam do ato:
1- Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Sorocaba
2. Apeoesp-Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo
3. Coletivo Mulheres em Luta do Psol
4. Coletivo Feminista Rosa Lilás
5. Setorial de Mulheres do PT
6. Sindicato dos Trabalhadores/as do Vestuário de Sorocaba e Região
7. CEADEC – Centro de Estudos e Apoio ao Desenvolvimento, Emprego e Cidadania
8. Secretaria de Mulheres da CUT/SP
9. Promotoras Legais Populares
10. Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sorocaba
11 – Femino da Trupé de Teatro
12.Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo – Regional Sorocaba
13. Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região
14. Sindicato dos Rodoviários de Sorocaba e Região