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Nota oficial deve ser honesta e responsável

Nota oficial deve ser honesta e responsável

Promovido pela Comissão Permanente e Aberta dos Jornalistas de Assessoria de Imprensa (CPAJAI), o curso “Nota Oficial” com oficina de textos foi atividade desenvolvida em 22 de outubro na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo (SJSP).

Na abertura do encontro, João Luiz Marques, diretor do SJSP e coordenador da CPAJAI, destacou que o curso propôs discutir o conceito da Nota Oficial dentro do contexto de gerenciamento de crise, em que o profissional jornalista deve lidar, sempre, com a realidade dos fatos.

O professor Gilberto Lorenzon, “Manual de Assessoria de Imprensa (Editora Mantiqueira), enfatizou que o comunicado ou nota oficial ainda é vista de forma protocolar por muitas empresas, sejam públicas ou privadas. “Essa nota protocolar é encarada como um “cala boca”, como uma forma de distanciar a empresa da interlocução com a sociedade. Muitas vezes empresas e governos emitem uma nota oficial com o objetivo de falar uma única fez e impor o seu ponto de vista.”

“Defendemos que a nota oficial seja uma ferramenta da assessoria de imprensa e que deve ser planejada a partir do gerenciamento de crise. O assessor deve atuar como um educador e alertar sobre a importância de que seja formado um Comitê de crise dentro da empresa que vai atuar na auditoria dos riscos para então elaborar um manual de crise”, destacou o professor.

“O ideal é que a primeira versão da nota oficial seja redigida em “momento de paz” e que fique armazenada no manual de crise, para que esse texto seja atualizado em situações de emergência.”

“Cabe ao jornalista assessor de imprensa produzir uma nota oficial transparente e honesta, evitar textos opinativos e deve citar fatos que possam ser comprovados”, disse Lorenzon.

O professor listou os passos na situação de crise: emitir a nota oficial; realizar uma coletiva de imprensa com o porta-voz devidamente treinado para proferir um único discurso; prestar atendimento aos jornalistas e preparar a comunicação pós-crise.

A professora Aurora Seles apresentou alguns casos de crise quando os erros de personalidades públicas são alardeados inclusive nas redes sociais, gerando prejuízos sérios de imagem e até rompimento de contrato por parte de patrocinadores. “O lead da nota oficial ou comunicado deve ser assertivo, deve prestar serviço ao informar detalhes como quando, quem e como; e deve constar a data da sua emissão ”, orientou Aurora.

“A ética deve ser uma prática cotidiana e o jornalista profissional precisa orientar o seu cliente sobre a importância em se trabalhar com responsabilidade em todas as fases. Gerenciar a crise é se antecipar à chegada da crise”, destacou.

“Essa postura inclui não “terceirizar” o problema. Ou seja, se houve um caso de intoxicação alimentar em um restaurante, o comunicado não deve simplesmente atribuir o problema a um fornecedor”, disse a professora.

Seles lembrou ainda que a nota oficial também se aplica a pessoas físicas.

Os participantes comentaram casos críticos e situações adversas, enriquecendo o debate com muito dinamismo durante o encontro na sede do Sindicato dos Jornalistas.

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