No Dia Internacional da Mulher, as jornalistas irão às ruas se somar a outras mulheres para exigir igualdade salarial, creches, direito ao aborto seguro, condições dignas de trabalho, sem assédio e outras violências, respeito e valorização.
Mulheres jornalistas lidam diariamente com situações de machismo, misoginia e de assédio no trabalho, sejam em veículos de imprensa, assessorias ou qualquer atividade jornalística.
Desafios estruturais
No exercício profissional, as jornalistas são alvos da violência pelo simples fato de serem mulheres. Isso reforça que o jornalismo, essencial para a democracia, ainda carrega desafios estruturais enormes, principalmente às mulheres.
Essas profissionais que também são filhas, mães, esposas, irmãs, amigas de outras mulheres e homens, lutam diariamente contra esses ataques que minam a credibilidade delas.
Neste 8 de março, as mulheres jornalistas têm muito a celebrar nas conquistas profissionais, na presença atuante em todos os setores, na superação de preconceitos, no reconhecimento da carreira, mas a luta é permanente. É preciso continuar a resistir aos retrocessos, às constantes tentativas de reverter as conquistas feministas e femininas de todas as mulheres, de todas as profissionais que interferem na atuação jornalística.
Estudo do Departamento Intersindical de Estatística (Dieese), encomendado pela Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj), revelou que, em 2021, as jornalistas brasileiras ganhavam, em média, 5,7% menos que os homens para exercer as mesmas funções, apesar de representarem 49,9% dos trabalhadores formais do setor. A pesquisa também apontou que a maioria dos profissionais era branca (47,3%), tinha entre 30 e 39 anos (35,8%) e possuía até um ano no mesmo cargo (30,5%).
Essa disparidade escancara um problema estrutural que precisa ser combatido com transparência, políticas salariais equitativas e fiscalização rigorosa. O papel das mulheres jornalistas na produção da informação e na defesa da democracia é inegável, mas é preciso garantir que tenham condições justas e seguras para exercer sua profissão.
Por igualdade e contra a violência
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) tem sido um pilar fundamental na defesa das mulheres jornalistas. A entidade, junto com a Fenaj, atua no enfrentamento ao assédio e à violência, na luta por igualdade salarial e pela ampliação dos direitos trabalhistas, que assegure um ambiente saudável, justo e seguro para todas.
Com uma diretoria paritária entre homens e mulheres, o SJSP se tornou exemplo e referência nessa luta. Além da defesa nas Convenções Coletivas de Trabalho, o sindicato se mantém como porta-voz das jornalistas silenciadas, oferecendo suporte jurídico e acolhimento para aquelas que não encontram respaldo dentro das empresas.
Em um passo importante, o SJSP criou, no final de 2024, um canal de denúncias, pelo qual jornalistas têm denunciado abusos, violências e assédios. O compromisso do Sindicato é seguir atuando para que essas denúncias sejam encaminhadas e que medidas efetivas sejam tomadas contra as injustiças.
Neste 8 de março, reafirmamos: a luta continua! As conquistas alcançadas junto com SJSP são inegáveis, mas os desafios ainda são muitos. Resistir aos retrocessos, reforçando a luta pela revogação das reformas trabalhista e da previdência, contra a lei das terceirizações e pelo fim da escala 6 x 1, são nossas bandeiras!
Fortalecer a unidade e avançar na luta por igualdade são compromissos diários. E o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo (SJSP) segue firme junto de todas as jornalistas, porque nenhuma luta é solitária – e juntas, somos mais fortes!