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Jornalistas retomam Coletivo de Mulheres e preparam agenda de lutas

Jornalistas retomam Coletivo de Mulheres e preparam agenda de lutas

As jornalistas no Estado de São Paulo se reuniram em Plenária virtual, na segunda, 28, para retomarem as atividades do Coletivo de Mulheres Jornalistas do Sindicato d@s Jornalistas.

A secretária-geral, Candida Vieira, que coordenou a atividade, relembrou as ações que foram realizadas pelo Coletivo ao longo da história e apresentou o perfil da categoria, elaborado pelo Dieese, com destaque para a retração no número de vagas.

“De 2013 a 2020, foram perdidos 4.319 empregos formais para jornalistas, mas nesta perda, os empregos com carteira assinada diminuíram mais para nós, mulheres. Enquanto os homens perderam 1.874 postos de trabalho formais, 2.445 mulheres foram demitidas”, destacou a dirigente.

Segundo ela, esses dados são fundamentais para provocar uma reflexão sobre a importância da organização de mulheres jornalistas por meio do Sindicato.

Para a secretária da mulher trabalhadora da CUT-São Paulo, Márcia Viana, convidada para fazer a análise de conjuntura na Plenária, “a retomada do Coletivo remonta a organização sindical por direitos, o combate à discriminação e a criação de uma agenda política de reivindicações para a categoria”.

A secretária de Sindicalização do SJSP, Lílian Parise, ressaltou o fato de que conforme as mulheres avançaram e ocuparam espaços nas redações, os salários diminuíram.

“Nós temos o objetivo de trabalhar o segmento feminino e feminista porque, de fato, a sindicalização não reflete a realidade da nossa categoria. Nestes dois anos de pandemia, muitas mulheres jornalistas pediram desligamento ou por mudar de ramo ou por estar desempregada, o que é muito grave”, lamentou Lilian.

“Embora tenhamos mapeado uma série de temas relevantes, durante a organização da Plenária, ouvir as jornalistas nos ajuda a trilhar caminhos para o Sindicato seguir e definir nossas prioridades nesse momento”, frisou a secretária Jurídica do SJSP, Larissa Gould.

Ela relatou ainda a experiência na formação do coletivo de mulheres do jornal Brasil de Fato, que permitiu a discussão do machismo estrutural nas relações de trabalho e tem permitido avançar com mudanças pontuais na redação.

As jornalistas participantes debateram livremente, propondo diversas pautas. No tema trabalhista, as sugestões foram combater o machismo e o assédio nos espaços de atuação da categoria e acompanhar o PLC 130/2011, que prevê multa para empresas que pratiquem desigualdade salarial entre homens e mulheres. Além disso, a categoria considera importante que a cláusula de assédio esteja em todas as Convenções Coletivas de Trabalho.

As eleições de 2022 também estão no horizonte das jornalistas, como um dos pontos de luta para combater a ameaça de extinção dos espaços de organização dos trabalhadores e trabalhadoras, como o Sindicato.

Entre as sugestões, está a contribuição do Coletivo para eleger mais mulheres no parlamento, dialogar sobre o combate às fake news e a construção de uma pauta, que contemple as questões das mulheres e possa ser incorporada às políticas públicas.

As jornalistas reforçaram algumas questões primordiais para que o SJSP esteja mais próximo da juventude e amplie o acolhimento para sindicalizar mais mulheres.

Também foi destaque, entre as profissionais, que as campanhas salariais apresentem um viés de gênero, na perspectiva de avançar em conquistas voltadas às mulheres.

Por último, sugeriu-se a realização de uma pesquisa sobre a realidade das jornalistas por meio de um mapeamento do perfil das mulheres jornalistas.

A secretária-geral, Candida Vieira, organizará todas as contribuições e apresentará uma proposta ao Coletivo em reunião agendada para abril.

O presidente do SJSP, Thiago Tanji também esteve presente à Plenária e parabenizou a iniciativa das jornalistas.

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