A semana dos(as) jornalistas e radialistas da TV Fronteira foi de mobilização junto com as direções do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo e Sindicato dos Radialistas. A quarta-feira (10/09) começou com uma ação de defesa dos empregos, em frente à TV Fronteira, onde os sindicatos levaram faixas e conversaram com profissionais da empresa de comunicação em Presidente Prudente. Mais tarde, a juíza da 1ª Vara do Trabalho de Presidente Prudente, Nelma Pedrosa Godoy Sant’Anna Ferreira, na audiência sobre a ação civil pública do Ministério Público do Trabalho (MPT), manteve liminar que impede demissões na TV Fronteira até o julgamento. A ação civil é baseada em denúncias apresentadas pelo Sindicato dos Jornalistas e Sindicato dos Radialistas.
Os(as) trabalhadores(as), que se mantêm em estado de greve há dez meses, sabem que a situação indefinida não se estenderá por muito tempo e estão dispostos a intensificar a mobilização. Em assembleia presencial, realizada na noite de quarta (10), no Sindicato dos Servidores Municipais (Sintrapp), trabalhadores(as) aprovaram uma vigília em defesa dos empregos, na próxima segunda-feira (15).
Audiência
A ação civil pública do MPT determina à TV Fronteira que não realize dispensa em massa, sem prévia negociação com os sindicatos de alternativas às demissões, compensações às(aos) trabalhadoras(es) e outras formas que mitiguem os impactos às(aos) profissionais.
Na sessão do dia 10, representantes do Grupo Paulo Lima afirmaram que não há porque seguir no processo, uma vez que não demitiram. Disseram ainda que a TV Fronteira é um canal independente, não há intenção de demitir, mas não há como estender a situação por muito tempo.
Representantes das(os) trabalhadoras(es) defenderam a importância da assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) proposto pelo MPT para garantir a negociação com os sindicatos, além de relatarem casos de adoecimento de trabalhadores(as) pela insegurança enfrentada. O que só tende a aumentar nesse momento com o temor das demissões em massa, normalmente disfarçada pelas empresas de comunicação como dispensas à conta-gotas.
Outra situação informada foi a continuidade da falta de transparência da empresa, uma vez que sequer foi respondido ofício conjunto dos sindicatos, enviado em 1º de setembro, solicitando reunião para obter informações sobre os planos de gestão e a grade de programação com o fim da retransmissão da Rede Globo.
A juíza Nelma Pedrosa Godoy Sant’Anna Ferreira determinou dez dias úteis para réplicas. Após esse período, a empresa, na condição de ré, poderá se manifestar. Em seguida, a data do julgamento da ação será marcada.
Resistência
Desde 31 de agosto, com o término do contrato de retransmissão, o sinal da Rede Globo no Oeste Paulista passou a ser retransmitido pela TV Tem, em substituição à TV Fronteira, do Grupo Paulo Lima.
Só que o sofrimento para cerca de 120 profissionais com o risco de perderem seus empregos vem desde outubro de 2024, quando a mídia noticiava que a Rede Globo comunicou ao Grupo Paulo Lima de que o contrato de retransmissão de sinal com a TV Fronteira não seria renovado e que em janeiro de 2025 a TV Tem seria a nova retransmissora. O motivo divulgado foi o uso da audiência para autopromoção do dono – que dá nome ao grupo – durante sua campanha a prefeito de Presidente Prudente.
Graças à força de trabalho de seus profissionais é que a TV Fronteira levou, por tantos anos, informação jornalística a 56 municípios da Região Oeste do Estado de São Paulo. Somente com a experiência destes(as) trabalhadores(as) é que a empresa poderá sustentar qualidade e reconhecimento. Essa qualidade depende de equipes de cobertura jornalística, com atuação reconhecida pela comunidade, formadas por repórteres, cinegrafistas, operadores de estúdio, redatores, editores, designers, produtores, pessoal administrativo, motoristas e outras(os) profissionais.
Essa força agora se revela na vontade lutar pelo legítimo direito ao trabalho. No dia da audiência, jornalistas e radialistas aderiram em peso ao Veste Branco decidido em assembleia na semana passada e pessoas foram para a porta da empresa se juntar à faixa dos sindicatos ”Em defesa dos empregos”.
TODO APOIO AOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS DA TV FRONTEIRA!


