A mudança de endereço da redação do Diário de S.Paulo não contribuiu para a melhoria das condições de trabalho dos seus jornalistas. O centenário diário saiu de Osasco e desde o início deste ano tem a sua sede no bairro da Lapa, na Zona Oeste de São Paulo. Em Osasco, além de outros problemas, os jornalistas sofriam com a falta de transporte para ir e voltar do trabalho.
Para enfrentar as altas temperaturas em São Paulo e em todo o país neste início de ano, os jornalistas do Diário são obrigados a trazerem ventiladores de casa. A empresa não instalou ar condicionado na nova sede e não há perspectivas de que os equipamentos sejam instalados nos próximos meses.
Outro problema que aflige os jornalistas do “Diário de S. Paulo” é o acúmulo de horas trabalhadas, sem o pagamento de horas extras.
O Departamento de Recursos Humanos enviou um e-mail aos jornalistas informando que o controle de banco de horas que havia quando o jornal era em Osasco foi extraviado na mudança. Resumo da ópera-bufa: Quem tinha horas acumuladas no banco de horas vai ser obrigado a começar do zero.
Ou seja, as horas trabalhadas a mais e sem o devido pagamento foram para o espaço. Quem ganhou com o sumiço do controle de banco de horas evidentemente foi a empresa. Os jornalistas trabalharam de graça, claro.
A direção do SJSP fez várias tentativas junto à direção da empresa para visitar a redação. Mas não obteve respostas. De acordo com a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) assinada conjuntamente pelo SJSP e as empresas, o sindicato tem o direito de fazer visitas periódicas às redações. E espera que este direito seja respeitado.
Caso isso não aconteça, pretende recorrer ao Ministério do Trabalho para que as condições de trabalho no jornal não coloquem em risco a saúde do trabalhador.