Pontos relativos à ética, aos assédios moral e sexual e à liberação para atuação sindical estão entre os debatidos com os empresários. Pauta econômica é tema da próxima rodada, na terça-feira (13)
As cláusulas sociais foram o centro da pauta na segunda rodada de negociação da Campanha Salarial de Jornais e Revista da Capital 2017-2018, na manhã da quinta-feira (8), na sede do Sindicato das Empresas de Jornais e Revistas de São Paulo (Sindjore), zona oeste paulistana.
Os dirigentes do Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo (SJSP) apresentaram itens que não têm impacto econômico nas empresas, mas que são reivindicações prioritárias da categoria quanto às cláusulas sociais, como os pontos relativos à ética profissional, ao combate aos assédios moral e sexual e à liberação de jornalistas para atuação sindical.
Para combater os assédios moral e sexual, a proposta é de uma nova redação que distingue os casos, pois o segundo é crime, buscando maior engajamento das empresas para enfrentar a questão e proteção às vítimas que denunciarem o problema formalmente. Nas duas situações, a reivindicação contempla a criação de canais de denúncia, com garantia de sigilo e acompanhamento pelo Sindicato.
Outro ponto é o reconhecimento ao direito do profissional de recusar a realização de reportagens que firam o Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, que violem a consciência do jornalista ou contrariem sua apuração dos fatos.
O acréscimo da cláusula tem o intuito garantir a ética na profissão e de preservar a relação com as fontes, permitindo ao jornalista o direito de se opor à utilização de material produzido por ele em reportagem coletiva e também de negar que seu nome seja associado a qualquer trabalho jornalístico publicado pela empresa.
Nessas situações, a cláusula define, ainda, que a atitude de recusa do profissional não pode ser usada pela empresa para sanção ao jornalista.
A entidade também reivindica que jornalistas eleitos diretores do SJSP tenham direito a duas faltas justificadas por mês, em vez de uma como define a atual Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), para que tenham mais tempo liberados para atuação sindical junto aos trabalhadores da categoria.
A bancada dos trabalhadores e os empresários dialogaram, ainda, sobre um ajuste na cláusula que hoje trata da licença para adotante, de forma a garantir o direito incluindo os casais homoafetivos.
As propostas das cláusulas sociais serão analisadas pelas empresas e as rodadas seguem na próxima terça-feira (13), discutindo a pauta econômica da nova CCT. Para a Campanha Salarial 2017-2018, os jornalistas lutam por um reajuste que reponha a inflação acumulada desde junho de 2016 e por 2,5% de aumento real nos salários.
Saiba mais: Confira a íntegra da pré-pauta que está em discussão clicando aqui.
Texto e foto: Flaviana Serafim – Sindicato dos Jornalistas Profissionais no Estado de São Paulo